Polícia

Polícia apreende drogas e mais de 50 celulares durante revista

Além dos aparelhos celulares foram apreendidos mais de oitocentos papelotes de crack e maconha, e cem litros da cachaça artesanal “biricutico”


O tenente PM Ewerton Dias, chefe do núcleo de relações públicas do Batalhão de Operações Especiais (Bope), confirmou na manhã deste sábado, 13, que mais de oitocentos papelotes de crack e maconha, e 50 aparelhos celulares foram apreendidos na última quinta-feira, 11, em celas do pavilhão F1 do Instituto de Administração Penitenciária do Amapá (Iapen).

A apreensão foi resultado de trabalho de investigação do núcleo de inteligência do Grupo Tático Prisional (GTP). “Denúncias davam conta de que havia grande volume de drogas, aparelhos celulares e armas de fogo dentro das celas. Diante disso, a inteligência do presídio fez levantamento, constatou algumas dessas denúncias e encaminhou relatório à direção do presídio. O Bope é acionado, nesses casos, para fazer a contenção dos presos que são retirados de forma estratégica das celas e levados para uma área aberta, onde permanecem sob custódia do batalhão”, disse o tenente do batalhão.

Os agentes prisionais, com auxílio de outra equipe do Bope, fizeram as buscas nas celas e contaram com o auxílio determinante de cães farejadores do canil da PM, que integram a divisão de narcóticos. A droga estava escondida em locais impensáveis, como em baixo de vasos sanitários.

“Sem o auxílio dos cães seria difícil localizar todo esse material. O policial homem tem limitações, mas o policial canino tem faro apurado e isso faz toda a diferença”, lembrou.

Além de maconha e crack, também foram encontrados seis baldes de 18 litros, cada, onde estavam armazenados mais de cem litros da bebida artesanal conhecida na cadeia como “biricutico”. É um destilado feito a partir de cascas de frutas cítricas como a laranja, e que após um processo de fermentação com outros produtos se torna altamente alcoólica.

“É uma ‘bomba’, dizem os próprios presos. Não sabemos os valores, mas dizem que o litro dessa bebida é comercializado a um alto valor na cadeia”, complementou o oficial.

Além disso, também foram apreendidas anotações que servem como contabilidade dos traficantes dentro da cadeia.

“Não se pode negar que existe uma rede criminosa muito bem organizada dentro do Iapen. Isso é fato. Sabemos que ordens para roubar e até mesmo a decretação de mortes são dadas aqui de dentro. Fazemos aquilo que está dentro das nossas possibilidades, mas o estado precisa rever urgentemente a estratégia de segurança da cadeia. Existem algumas medidas para tentar impedir que esses produtos sejam  repassados para dentro da cadeia, mas o que se observa é que existe em algum ponto, ou vários deles, uma certa facilitação e isso precisa ser muito bem apurado. Como se sabe, em todas as profissões existem os bons e os maus profissionais. Se a droga, se o celular, se o revólver passou é porque alguém no mínimo fez vista grossa. E isso tem um preço, pode acreditar”, disse um agente penitenciário que resolveu desabafar diante do cenário, mas que por medo de represálias pediu para não ter o nome e imagens divulgados.


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