Polícia Civil prende policial militar pela morte de jovem no Infraero I
Uma equipe da Delegacia de Crime Contra a Pessoa, DECIPE, comandada pelo Delegado Wellington Ferraz, atendeu a ocorrência. O PM assumiu a autoria do crime, alegando legítima defesa

Jair Zemberg
Da Redação
Por volta das 22h de sábado (5) aconteceu um crime de homicídio com vítima de disparos de arma de fogo, identificada pelo nome de Luiz Ângelo Soares Baia, de 23 anos. O crime aconteceu no campo do São Paulo, localizado no bairro Infraero I, zona norte de Macapá.
Na ocasião, acontecia uma partida de futebol, quando em dado momento um dos jogadores chutou a bola que atingiu a fiação elétrica e causou falta de energia na casa do SD da polícia militar, Fábio de Oliveira Corrêa, de 35 anos. Segundo testemunhas, o fato irritou o militar, que no mesmo momento foi ao campo e comunicou a todos que após o jogo iria quebrar todas as luminárias em volta do campo.
Ainda segundo informações de testemunhas, os jogadores presentes tentaram apaziguar a situação, se comprometendo a pagar os prejuízos que por ventura tivessem sido causados ao policial, mas este foi irredutível em sua decisão.
Após o fim do jogo de bola, o policial voltou ao campo trazendo uma escada e estava na companhia de outra pessoa, como é possível ver nas imagens de vídeos feitas por algumas pessoas que assistiam a irritação do militar.
Fábio de Oliveira, usando um objeto, começou a quebrar as luminárias. Nesse momento, Luiz Ângelo, na companhia de um amigo em uma bicicleta, chegou ao campo e passou a ver a atitude violenta do policial.
Finalizada a quebra dos refletores, Fábio teria sacado uma arma de fogo e passou a fazer vários disparos. Um dos tiros alvejou Luiz Ângelo na região das costas e transfixou a região torácica do rapaz, que teve o óbito confirmado por uma equipe do SAMU que atendeu a ocorrência.
Uma equipe da Delegacia de Crime Contra a Pessoa, DECIPE, comandada pelo Delegado Wellington Ferraz, atendeu a ocorrência. A princípio, foi informado que o rapaz teria sido assassinado vítima de facada, no local ainda foi encontrado um terçado, mas a versão foi descartada por peritos da POLITEC, que afirmaram que o rapaz foi vítima de disparos de arma de fogo.
Após todos os procedimentos policiais e periciais no local do crime, o corpo de Luiz Ângelo foi removido para o Departamento de Medicina Legal- DML. Quando todos deixaram o cenário do episódio, o Delegado Wellington Ferraz foi comunicado que foi encontrada uma arma de fogo no local onde Luiz Ângelo foi assassinado, mas o Delegado desconsiderou o achado da arma. Testemunhas foram taxativas em afirmar que o policial militar Fábio de Oliveira foi o autor dos disparos que vitimou Luiz Ângelo.
No domingo (6), acompanhado de um advogado, Fábio, o policial militar, se apresentou, e também apresentou a pistola calibre 380 ao Delegado, que o prendeu pelo crime de homicídio doloso, “quando se tem a intenção de matar”.
Fábio foi encaminhado para a audiência de custódia, onde teve a prisão em flagrante convertida em prisão preventiva e logo após a audiência foi recolhido no centro de custódia do bairro Zerão, na zona sul da cidade.
Na sede da delegacia, o policial assumiu a autoria dos tiros. Ele e o advogado dele usaram como álibi de defesa que o rapaz teria ameaçado sacar uma arma da cintura.
“Estivemos no local do ocorrido na noite sábado, isso nos favoreceu e muito nas investigações, colhemos depoimentos de testemunhas, inclusive da pessoa que estava com a vítima no momento dos tiros, nenhuma versão ou explicação de defesa do acusado diminui a culpabilidade do policial militar”, relata o Delegado Wellington Ferraz, titular da DECIPE.
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