Polícia

Segundo jovem alvejado por policial civil morre no Hospital de Clínicas

Ricardo e o primeiro Ronald Willian, de 21 anos, foram confundidos como assaltantes em um comércio e acabaram alvejados por um policial civil. Ronald morreu na hora. Ao perceber o engano, policial cometeu suicídio.


Ricardo morreu após cinco dias de internação na UTI do Hcal

A assessoria de imprensa da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) informou que o jovem Ricardo Brito de Oliveira, de 21 anos, alvejado com três tiros nas costas na noite de sexta-feira (6) por um policial civil no bairro Jesus de Nazaré, em Macapá, morreu por volta de 16h desta quarta-feira (11) na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital de Clínicas Alberto Lima (Hcal) para onde ele foi transferido após passar por cirurgia no Hospital de Emergências de Macapá (HEM).

 

Ricardo já havia perdido um dos rins que foi atingido por um dos disparos feitos pelo policial com uma pistola PT100, pertencente à Polícia Civil do Amapá. O corpo de Ricardo foi removido para o Departamento de Medicina Legal (DML) da Polícia Técnico-Científica (Politec) onde será necropsiado.

 

O caso
A Delegacia Geral de Polícia Civil (DGPC) emitiu nota narrando oficialmente os fatos iniciais relacionados à ação do policial civil Jorge Henrique Banha Picanço, de 47 anos, que resultou na morte do universitário Ronald Willian Souza de Oliveira, de 21 anos, e que deixou feridos Ricardo Brito de Oliveira, de 22 anos [que morreu nesta quarta-feira] e Maria da Conceição Cascaes, de 57 anos. O caso ocorreu na noite de sexta-feira (6) em um estabelecimento comercial localizado na rua Padre Manoel da Nóbrega, bairro Jesus de Nazaré, área central de Macapá.

 

De acordo com a nota, o policial – que prestou serviços durante quase 25 anos à instituição – teria incorrido em um erro ao interpretar que a entrada dos jovens no estabelecimento comercial seria uma tentativa de assalto.

 

“O policial civil, homem vivido e experiente, contando com quase vinte e cinco anos de serviços prestados, achou estranho a dona do estabelecimento ter aberto a grade da porta de onde comumente comercializa seus produtos e, possivelmente interpretando que se tratava de um “assalto”, munido que estava de uma arma de fogo da instituição, efetuou disparos contra os jovens, acertando-os bem como a uma senhora que estava ali os atendendo”, diz um trecho da nota oficial.

 

No mesmo documento a DGPC afirma que – com base em depoimento de Maria da Conceição Cascaes, que foi alvejada no abdômen – e de uma segunda testemunha que estava no local, identificada como Nazira Ribeiro, o agente civil não estava sob efeito de álcool [como chegou a circular nas redes sociais] e muito menos os garotos teriam anunciado, em tom de brincadeira, que se tratava de um assalto.

 

“Desta feita, são absolutamente inverídicas as versões que se propagaram nas redes sociais, umas pregando que o policial civil estava alcoolizado e em surto, disparando a esmo sua arma de fogo ou então que os dois jovens, ambos oriundos de famílias decentes e conhecidas da sociedade local, haviam chegado ao local e anunciado, ainda que de brincadeira, voz de “assalto” e muito menos que tenha havido troca de tiros entre os protagonistas”, relata outro trecho da nota.

 

A Polícia Civil afirma que os fatos serão apurados dentro do maior rigor possível da lei, e que todos os pontos serão devidamente esclarecidos.

 

Ricardo era filho de um policial civil que era amigo de Jorge Henrique. O policial teria cometido suicídio ao reconhecer quem eram os jovens que ele teria alvejado.

 

Reportagem: Elden Carlos

Fotos: Jair Zemberg


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