Polícia

Técnico de enfermagem é preso por venda de vagas de cirurgias e assédio sexual

Denúncia foi feita por uma paciente de quem o técnico de 41 anos de idade teria cobrado R$ 1,2 mil para adiantar a vez dela. Ele ainda a assediou sexualmente, como revela a investigação.


Josiney dos Santos foi preso em flagrante

O técnico em enfermagem Josiney dos Santos Silva, de 41 anos, foi preso nesta quinta-feira (22) no Hospital de Emergências de Macapá (HEM) acusado de cobrar até R$ 1,2 mil para antecipar nomes de pacientes na lista de espera para realização de cirurgias ortopédicas realizadas através do Sistema Único de Saúde (SUS). Além de Valdiney a polícia levou presa outra técnica de enfermagem, de 45 anos, também suspeita de envolvimento no esquema.

 

O esquema
O caso foi denunciado por uma paciente que aguardava por uma cirurgia ortopédica. A mulher sofreu um acidente de transito no início deste mês. O caso foi registrado na 6ª Delegacia de Polícia (6ª DP) do bairro do Trem.

 

Vítima denunciou a venda de vagas e assédio sexual

A vítima contou que na quarta-feira (21) havia procurado o hospital para saber sobre a data em que seria submetida ao procedimento cirúrgico. A mulher disse que foi assediada pelo funcionário público com a proposta de colocar o nome da paciente no topo da lista de espera. Para isso ela teria que efetuar o pagamento de R$ 1,2 mil.

 

A denunciante revelou em depoimento que eles trocaram números de telefone e passaram a se falar via Whatsapp. Mensagens e áudios das conversas foram entregues à polícia. Já na manhã desta quinta-feira, a paciente afirmou que seu nome estava na relação de cirurgias do dia, e que a previsão para ser operada era de 14h

 

No entanto, segundo a mulher, Josiney passou a fazer ligações cobrando o pagamento. Em determinado momento o técnico disse que se ela não tivesse todo o dinheiro combinado, poderia efetuar o pagamento de R$ 800 e o restante pagaria com ‘favores sexuais’. Diante do segundo assédio a paciente procurou a direção do hospital e comunicou os fatos.

 


O diretor do hospital, Waldir Bitencourt, fez pessoalmente a denúncia na polícia. O delegado diligenciou no HE onde o técnico acabou preso em flagrante. Ele foi autuado pelo crime de concussão (Art.316 do CPB) que ocorre quando um funcionário público “exigi para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida”. Nesses casos a pena é de 2 anos e 8 meses de prisão, além de multa.

 

O mesmo artigo ainda rege que: “Se o funcionário exige tributo ou contribuição social que sabe ou deveria saber indevido, ou, quando devido, emprega na cobrança meio vexatório ou gravoso, que a lei não autoriza: (Redação dada pela Lei nº 8.137, de 27.12.1990) a pena é de 3 a 8 anos de prisão, além de multa.

 

Delegado diz que uma rede pode estar agindo dentro do hospital

Ele ainda responderá pelo crime de assédio sexual. O delegado disse que a partir da prisão dos técnicos as investigações serão aprofundadas para saber se havia uma rede ou organização criminosa atuando dentro da rede pública de saúde. Josiney seria encaminhado para audiência de custódia.

 

“Esperamos que a partir dessas prisões outras possíveis vítimas possam vir até a delegacia formalizar suas denúncias. Isso é inadmissível”, resumiu o delegado.

 

Reportagem e fotos: Jair Zemberg

 

Texto: Elden Carlos


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