Tia que matou sobrinha alega raiva da irmã como motivação para o crime, diz investigação
O pedido de internação provisória da adolescente já foi feito, mas o Judiciário vai aguardar a representação do Ministério Público para analisar o pedido

Railana Pantoja
Editora-chefe
A tia que matou a sobrinha de um ano e quatro meses e agrediu outra de três anos, em Macapá, relatou em depoimento que tinha raiva da mãe das crianças e esse foi um dos principais motivos para cometer os crimes. A criança de um ano e quatro meses foi espancada pela tia, que tem 12 anos, e morreu no Pronto Atendimento Infantil (PAI), no sábado (4), após dias de internação.
De acordo com a Delegada Daniella Graça, da Delegacia Especializada em Atos Infracionais (DEAI), a adolescente confessou as agressões e explicou como teria ocorrido o espancamento.
“Ela diz que tinha raiva da irmã paterna, que era uma irmã sem muito contato, mas que esta decidiu dar a ela [adolescente] uma chance de ter uma vida melhor em sua casa. A irmã [mãe das meninas] havia convidado ela três dias antes do fato, e como ela tinha raiva, aproveitou o momento em que a mãe das crianças se ausentou de casa para poder agredir fisicamente as infantes”, detalhou a delegada.
A adolescente disse que aproveitou a oportunidade, “já que tinha uma raiva guardada dentro dela”. Segundo as investigações, a tia colocou música em volume alto durante as agressões para evitar que os vizinhos ouvissem o choro das crianças.
“Ela narra que agrediu com as mãos, e ainda utilizou o pente com a menor. Segundo relatos da adolescente, as agressões ocorreram com as mãos no rosto, na cabeça; e ela confessou ter mordido a bebê, infelizmente”, complementou a delegada.
A adolescente deve responder pela prática de ato infracional análogo ao crime de homicídio, no caso da morte da bebê. Em relação à criança de três anos, a tia vai responder por prática de ato infracional análogo à contravenção penal de vias de fato.
A delegada explica que havia um histórico problemático da adolescente desde os 7 anos de idade.
“É uma adolescente que dá entrada no Conselho Tutelar desde sua infância, apresentando desvios de conduta, praticando furtos, segundo relatos, e também já usou drogas. Enfim, é uma adolescente que já veio com um histórico negativo”, encerrou a Delegada Daniella Graça.
O pedido de internação provisória da adolescente já foi feito, mas o Judiciário vai aguardar a representação do Ministério Público para analisar o pedido.
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