Polícia

Tido como falso investidor, Elton Lira é acusado de dar golpe milionário em Belém, inclusive em Macapá

Ele se reunia com os incautos em hotéis de luxo, ostentando carros e relógios caros e fingia que era amigo de pessoas influentes do setor, com o objetivo de convencer as vítimas a fechar o negócio.


Acusado de aplicar golpe em investidores paraenses, chegando a desviar em torno de R$ 1 milhão de suas vítimas, Elton Félix Gobi Lira, 33, foi preso em Brasília e transferido para Belém. Detido por policiais civis da Divisão de Investigação e Operações Especiais (Dioe), Elton teve prisão preventiva decretada pela 1ª Vara de Inquéritos Policiais e Medidas Cautelares de Belém, autuado por estelionato, falsidade ideológica e fraude de documentação pública.

Além das atuais denúncias, há indícios de que Elton tenha dado golpes com mais vítimas no Pará e fora dele. Vítimas de Macapá chegaram a contatar a Dioe, relatando golpes. Ele também agiu em Santana e Macapá, autorizado oficialmente para atuar com fundos de seguros, respectivamente, da Sanprev e Macapaprev. Foi com os certificados obtidos aqui que Lira teria conseguido se livrar de processo em Palmas TO), onde exercera a mesma atividade, mas ilegalmente.

Em Macapá, Elton Lira, que sempre se fazia acompanhar de pessoas influentes, a quem oferecia luxuosos coquitéis, foi namorado da jornalista Dayane Lima, com quem realizava megas eventos artísticos. Dayne, por conta da notoriedade que obtivera, chegou a formar chapa como vice de Dora Nascimento (PT) na disputa pela prefeitura de Macapá, em 2016.

Em Belém, as vítimas foram à Polícia Civil em maio, quando começou a investigação que culminou na prisão de Elton. Ele se passava por economista e investidor, oferecendo aplicações com altos rendimentos (de 14% a 20% mensais) na Bolsa de Valores e garantia de retorno. Reunia-se com os incautos em hotéis de luxo, ostentando carros e relógios caros e fingia que era amigo de pessoas influentes para convencer as vítimas.

Com os contratos firmados, Lira embolsava os investimentos e enviava falsos extratos da Bolsa para as vítimas, dando a entender que a aplicação estaria rendendo. Quando elas cobravam o resgate do dinheiro, ele dava desculpas, protelando a entrega e se esquivando das datas.

Depois de um ano sem retorno, as vítimas começaram a desconfiar e denunciaram o suposto investidor à polícia, depois de verificarem que a empresa de Lira não tinha registro na Bolsa de Valores. Nas investigações, tanto o diploma de economista do acusado quanto os extratos de rendimentos enviados por ele às vítimas foram comprovados como falsos pela Polícia.

Quando descobriu sobre o mandado de prisão, Lira passou a ameaçar as vítimas, pelo celular e através de contatos. O advogado Thiago Santos, um dos lesados, conta que chegou a receber áudios de Lira prometendo lhe dar um tiro no rosto. “Ele também ameaçou meus pais, perguntando se eu sabia se eles estavam bem ou não”. Santos afirma que ele parecia muito convincente, demonstrando ser inteligente e conhecedor do ramo de aplicações.

De acordo com o delegado Neyvaldo Silva, diretor da Dioe, Lira chegou a zombar de policiais e da Justiça nas redes sociais. “Ele fez várias postagens e mensagens públicas afirmando que nunca seria pego. Dizia onde estava e convidava a irem atrás dele”, explica o policial civil.

O presidente do Fundo Previdenciário de Oeiras do Pará, Pedro Reis, fez outra denúncia. De acordo com Reis, ele havia sido contratado como consultor financeiro pela antiga gestão do Fundo e desviado cerca de R$ 14 milhões dos cofres previdenciários do município. O acusado foi interrogado pela Polícia e será encaminhado à Justiça. o mesmo tempo as investigações prosseguem para verificar se outros crimes foram realizados e se Lira recebeu auxílio de outros envolvidos. (Com informações de Arthur Medeiros – Diário do Pará)


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