Polícia

“Um marco mundial de combate ao crime”, diz Paulo Matias sobre megaoperação policial no Rio com 128 mortes

Ex-comandante da Polícia Militar do Amapá e ex-integrante da Força Nacional de Segurança, oficial reformado hoje é bacharel em ciências militares


 

Douglas Lima
Editor  

 

Para o especialista em segurança pública, Paulo Matias, a megaoperação das polícias Militar e Civil nos complexos do Alemão e Penha, no Rio de Janeiro, que resultou na morte de 124 bandidos e na prisão de mais de 80, terça-feira, 28, já surtiu efeito positivo e pode ser um marco mundial na segurança pública de combate ao crime. Na mesma ocasião morreram quatro policiais – dois militares e dois civis.

 

Paulo Matias já foi comandante da Polícia Militar do Amapá e comandante do Bope. Hoje é oficial da reserva da PM, bacharel em ciências policiais e assessor militar do Tribunal de Contas do Estado. Como integrante da Força Nacional de Segurança, durante os Jogos Panamericanos atuou em 2006 em entradas de áreas de favelas no Rio, onde também fez treinamentos no Batalhão de Operações Especiais local.

 

 

Matias citou como resultado positivo prático da megaoperação a volta da entrada em pauta da PEC da Segurança Pública, prevista para votação só em 2026, mas agora já devendo ocorrer no corrente ano, antes do recesso parlamentar. Ele não citou, mas outra vitória seria a criação da CPI do Crime Organizado anunciada pelo presidente do Congresso Nacional, senador Davi Alcolumbre.

 

O oficial reformado chamou a grande intervenção policial de pedido de socorro do Rio de Janeiro. “O Rio precisa de ajuda”, destacou, para observar que 30 dos bandidos eliminados eram líderes do crime organizado em outros estados, presentes na cidade como forma de proteção para eles. O militar atestou também que as comunidades cariocas estão à mercê da bandidagem, verdadeiramente aprisionadas.

 

 

Com abordagem sociológica, Paulo Matias analisou que o crime organizado impera nas comunidades do Rio de Janeiro por causa da ausência do Poder Público. Ele viu na varredura feita no Alemão e na Penha como uma oportunidade para o governo estadual e a prefeitura entrarem nas comunidades com forças de segurança e ao mesmo tempo levando saúde, educação, assistência social, psicólogos e outras atividades essenciais.

 

O bacharel em ciências policiais também vê que a megaoperação, ao chamar a atenção do Brasil e do mundo, pode ser que se torne um marco na segurança pública de combate ao crime, um divisor de águas pelo impacto que deu a baixa de 124 bandidos, uma repercussão internacional que deve mexer com os órgãos de direitos humanos, um mal necessário para que se tenha um olhar diferenciado para o Rio de Janeiro.

 


Deixe seu comentário


Publicidade