Política Nacional

Anastasia sugere votar em agosto fase intermediária do impeachment

Relator do processo apresentou plano de trabalho à comissão especial.


Relator do processo de impeachment de Dilma Rousseff no Senado, o senador Antonio Anastasia (PSDB-MG) propôs nesta quarta-feira (25) aos integrantes da comissão especial que a análise da fase intermediária do processo de afastamento da petista ocorra entre os dias 1º e 2 de agosto. O cronograma elaborado pelo senador tucano ainda terá de ser submetido à votação no colegiado.

A comissão especial se reuniu no final da manhã desta sexta para discutir o plano de trabalho de Anastasia, mas, antes de o cronograma ser votado, o presidente do colegiado, senador Raimundo Lira (PMDB-PB), atendeu a um pedido de vista (mais tempo para analisar o caso) de parlamentares da oposição e adiou para 2 de junho a análise da proposta.

O senador Lindbergh Farias (PT-RJ) foi um dos parlamentares que defendeu o adiamento da análise do cronograma. Para o petista, o cronograma só deve ser votado após a apresentação da defesa prévia de Dilma, o que deve ocorrer em 1º de junho.

“Ao invés de definir o cronograma agora, sem saber os pleitos da defesa, apelo para a gente receber a defesa no dia 1º e, no dia 2 [de junho], a gente aprovar o cronograma aqui”, defendeu Lindbergh no plenário da comissão.

Em 12 de maio, o Senado decidiu, por 55 votos a favor e 22 contra, instaurar o processo de impeachment da presidente da República. Com isso, Dilma foi afastada da Presidência por até 180 dias, e o vice-presidente Michel Temer assumiu interinamente o comando do Palácio do Planalto.

Atualmente, o processo de afastamento está na etapa chamada de “pronúncia”, na qual deve ser feitas diligências para apurar a denúncia de que a presidente cometeu crime de responsabilidade, são produzidas as provas da acusação e da defesa e também são ouvidas testemunhas.

Depois de realizadas as diligências, a produção de provas e a oitiva de testemunhas, o relator irá elaborar um parecer recomendando a continuidade ou não da denúncia contra Dilma. No relatório, Anastasia deverá dizer se Dilma cometeu crime de responsabilidade.

Nesta fase, o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Ricardo Lewandowski, funciona como uma instância de recurso a questões de ordens apresentadas por integrantes da comissão especial. O colegiado, no entanto, continua sendo presidido pelo senador Raimundo Lira.
O cronograma de Anastasia propõe ainda que o relatório sobre a fase da “pronúncia” seja lido no dia 25 de julho para que tenha condições de ser votado na comissão especial dois dias depois.

O parecer do tucano será analisado pelos 21 integrantes da comissão especial. Independentemente de o relatório ser aprovado ou rejeitado pelo colegiado, o texto será submetido à votação no plenário principal do Senado.

Se for aprovado pela maioria simples (metade dos presentes à sessão mais um) dos senadores, o processo continua e vai para a fase de julgamento. Caso contrário, o processo será arquivado.


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