Política Nacional

Bumlai afirma que não tem negócios com o ex-presidente Lula

Pecuarista preso na Operação Lava Jato prestou novo depoimento.


O pecuarista José Carlos Bumlai, preso na 21ª fase da Operação Lava Jato, voltou a dizer em depoimento à Polícia Federal que não possui nenhum tipo de relação comercial com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Apesar da negativa, ele foi confrontado com um e-mail, no qual teria ajudado empresários do Catar a intermediar a compra de uma usina de álcool que pertence ao pecuarista.

O empresário foi ouvido pela terceira vez, mas o depoimento só foi anexado ao inquérito que o investiga nesta quarta-feira (23).

O e-mail é datado de 21 de fevereiro de 2014, quando Lula já era ex-presidente, antes da deflagração da Operação Lava Jato. No termo de depoimento, consta que Bumlai explicou se tratar de uma resposta ao secretário do embaixador do Catar no Brasil, que teria pedido auxílio para ter contato com Lula. O pecuarista é conhecido principalmente pela amizade com o ex-presidente.

O pedido, segundo Bumlai, seria para ajudar uma empresa do Catar, cujo negócio seria intermediado por uma empresa de Marcello Horcades Coutinho, ex-diretor do Grupo EBX, do empresário Eike Batista. Segundo Bumlai, o embaixador gostaria que Lula conversasse com a presidente Dilma Rousseff (PT) sobre a negociação.

De acordo com Bumlai, a venda da usina não foi concretizada porque a minuta do contrato feita por Coutinho tinha uma cláusula que previa a venda da empresa em partes, para outras companhias. O pecuarista disse que essa foi uma das poucas vezes em que manteve conversas com o ex-presidente sobre negócios particulares.

A outra vez que ele lembrou de ter tratado sobre negócios com o ex-presidente foi sobre a ajuda ao lobista Fernando Soares, conhecido como Fernando Baiano, paraa marcar uma palestra em Angola com Lula.

Empréstimo suspeito
Bumlai também foi novamente perguntado sobre o empréstimo de R$ 12 milhões que fez junto ao Banco Schain. Segundo o MPF, a operação foi realizada para ajudar o Partido dos Trabalhadores (PT). Bumlai já havia confirmado as informações, em outro depoimento e voltou a manter a versão.


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