Política Nacional

CGU pede à CPI da Covid documentos da investigação de ex-diretor do Ministério da Saúde

Solicitação foi feita após o presidente Omar Aziz, ter afirmado que a controladoria “prevaricou” em relação às denúncias contra Roberto Dias, ex-diretor de Logística da pasta


A Controladoria-Geral da União (CGU) solicitou à CPI da Covid o compartilhamento de documentos e imagens relativos à investigação sobre Roberto Dias, ex-diretor do Departamento de Logística do Ministério da Saúde.

Dias foi demitido do ministério, após ser acusado de cobrar propina durante as negociações sobre a aquisição da vacina contra a Covid-19.

A CPI também investiga o envolvimento de Roberto Dias na compra da vacina indiana Covaxin — cujo contrato foi encerrado após serem constatadas irregularidades nas documentações — e a atuação dele na liberação de um contrato com indícios de sobrepreço firmado com a VTCLog, uma empresa de logística. O ex-diretor nega todas as acusações.

No ofício encaminhado à comissão, a corregedor-geral da União, Gilberto Waller Junior, ressalta que as informações serão importantes “para a apuração de eventual prática de ato ilícito administrativo”.

 

Acusações de ‘prevaricação’

O pedido de compartilhamento acontece após o presidente da CPI, senador Omar Aziz (PSD-AM), afirmar que o ministro da CGU, Wagner Rosário, prevaricou e foi omisso diante das supostas irregularidades ocorridas no Ministério da Saúde durante a pandemia.

Aziz fez a declaração durante depoimento do empresário Marconny Albernaz Ribeiro de Faria, apontado pela CPI como lobista que atuava a favor da empresa Precisa Medicamentos junto ao governo federal.

Em outubro de 2020, uma operação da CGU e da Polícia Federal realizou busca e apreensão na casa de Marconny Faria e teve acesso a uma série de mensagens do celular do empresário.

De acordo com os senadores, as mensagens indicam que ele tentou fraudar uma licitação de testes rápidos contra a Covid com o apoio de Roberto Dias, à época diretor de Logística do Ministério da Saúde.

À CPI, Wagner Rosário negou qualquer omissão e disse que, como ministro, “não participa nem participou de mandados de busca e apreensão”, “nem da análise desses materiais” e também que “sequer teve acesso a essas informações”. Aos senadores, o ministro também informou que Dias responde a processo em andamento na CGU.

 

Investigação da CGU

A CGU informou ter uma “investigação preliminar sumária” para apurar o suposto pagamento de despesas de Roberto Dias pela VTCLog. A CPI obteve imagens de uma agência bancária que indicam que um motoboy da empresa de logística quitou boletos em nome do ex-diretor do Ministério da Saúde.

Nas fotos, Ivanildo aparece entrando em uma agência do banco Bradesco em horários, dias e locais que constam em extratos de quitação das contas. Os pagamentos aconteceram em maio e junho deste ano.

“Assim, visando instruir os autos do processo em referência, solicito a Vossa Excelência o compartilhamento, com esta CGU, das imagens e dos boletos mencionados, bem como, de outros documentos porventura em posse dessa CPI, relacionados ao fato em questão”, pediu o corregedor.


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