Política Nacional

Dilma diz se sentir ‘injustiçada’ por decisão sobre impeachment

Por 367 votos a 137, deputados aprovaram enviar processo para o Senado


A presidente Dilma Rousseff reiterou várias vezes, durante pronunciamento no Palácio do Planalto, que se sente injustiçada com a decisão da Câmara dos Deputados sobre o prosseguimento do processo de impeachment ao qual responde.

Por 367 votos a 137, os deputados aprovaram neste domingo (17) autorizar a abertura do processo no Senado, instância responsável por julgar se a presidente cometeu crime de responsabilidade. Dilma afirmou que se sente injustiçada, entre outras razões, porque a sessão da Câmara foi presididida por alguém que é acusado de ter contas ilegamente no exterior, em referência ao deputado Eduardo Cunha. “Também me sinto injustiçada por não permitirem nos últimos 15 meses que eu tenha governado num clima de estabilidade política”, declarou.

De acordo com a presidente, a injustiça também é praticada porque, segundo afirmou, não cometeu crime de responsabilidade e devido a um suposto tratamento diferenciado.

“Não há crime de responsabilidade. Os atos pelos quais eles me acusam foram praticados por outros presidentes da República antes de mim e não foram caracterizados como atos ilegais ou criminosos”, declarou. “A mim se reserva um tratamento que não se reservou a ninguém. Os atos que me acusaram foram praticados baseados em pareceres técnicos.”

Mais um fator de “injustiça” apontado por Dilma foi a votação no Congresso das chamadas “pautas-bomba”, projetos que geram despesas adicionais para o governo. “Isso [a injustiça] se expressa em pautas-bomba, que no ano passado chegaram a montar em R$ 40 bilhões”, afirmou.

“Me sinto inustiçada, injustiçada porque considero que esse processo é um processo que não tem base de sustentação. E é por isso que me sinto injustiçada. A injustiça sempre ocorre quando se esmaga o processo de defesa mas também quando, de uma forma absurda, se acusa alguém por algo, primeiro, que não é crime e, segundo, acusa e ninguém se refere a qual é o problema”, declarou.


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