Política Nacional

Gleisi diz que ação da PF em sua casa teve intenção de ‘constranger’

Senadora do PT discursou na tribuna no Senado.


Quatro dias após a Polícia Federal (PF) deflagrar a Operação Custo Brasil – um desdobramento da Lava Jato –, a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) usou a tribuna do Senado para comentar a prisão de seu marido, o ex-ministro Paulo Bernardo. Na avaliação da parlamentar petista, a ação dos policiais federais em sua residência para cumprir mandados de prisão e de busca e apreensão teve “a clara intenção de constranger”.

Esta foi a primeira declaração pública de Gleisi desde que seu marido foi preso pela PF, em Brasília, na última quinta-feira (23). Paulo Bernardo está detido na superintendência da Polícia Federal em São Paulo. “O cerco policial, por terra e ar, de nossa casa e a ordem judicial para entrar em nosso apartamento teve a clara intenção de constranger, não só a mim, mas a todos os moradores, como se a intenção principal fosse mostrar sua onipotência contra cidadãos desarmados”, discursou a petista na tribuna do Senado.

Ex-ministro do Planejamento e das Comunicações, Paulo Bernardo é suspeito de ter se beneficiado da contratação da empresa Consist, que cobrava mais do que devia e repassava 70% do seu faturamento para o PT e para políticos. De acordo com a investigação, um escritório de advocacia ligado ao ex-ministro recebeu mais de R$ 7,6 milhões de 2010 a 2015 em decorrência do esquema, de acordo com as autoridades.

O cumprimento dos mandados de prisão e de busca e apreensão na casa de Paulo Bernardo e Gleisi gerou protestos da direção do Senado pelo fato de se tratar de um imóvel funcional de parlamentar com foro privilegiado. A Casa chegou a solicitar que o STF declare nulas as provas obtidas pelo Ministério Público Federal no apartamento funcional de Gleisi.

No pedido, a advocacia-geral do Senado argumentou à Suprema Corte que o imóvel é de propriedade da Casa e, por isso, está sujeito à mesma imunidade da sede. Além disso, o Senado ponderou na petição que seria impossível dissociar a titularidade dos documentos, objetos e bens apreendidos na residência de um casal, ainda que o alvo da operação fosse o marido da senadora do PT.


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