Política Nacional

Governo contará com reação da base aliada

Governistas defendem que o gás, etanol e gasolina recebam mesmo tratamento dado ao diesel


O governo vai enfrentar obstáculos na própria base aliada para aprovar até antes do recesso parlamentar, em 18 de julho, o pacote de seis medidas provisórias (MPs) editadas para reduzir o preço do óleo diesel e atender reivindicações dos caminhoneiros.

Governistas ensaiam fazer coro com a oposição para criar subsídios ao gás de cozinha, à gasolina e ao etanol. E há até há aliados dispostos a alongar o debate ao longo de quatro meses – prazo de vigência comum à todas as medida provisórias enviadas pelo Executivo federal.Sob ameaça de nova paralisação dos trabalhadores, nesta semana deverão ser escolhidos os deputados e senadores que vão avaliar as três MPs mais recentes. Na semana passada, foram instaladas as comissões mistas das primeiras MPs acertadas para suspender a greve de 11 dias que causou desabastecimento em todo o País.

O vice-líder do governo, senador Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE), prometeu rapidez nessas votações. Ele é relator da MP 831/2018 que destina aos caminhoneiros autônomos 30% do frete da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento).”

Vamos acelerar o debate, ouvir certamente os representantes dos transportadores autônomos, dos transportadores de carga, para que a discussão possa ser abreviada para a apreciação do plenário da Câmara e do Senado”, disse Coelho.Sem tempo nem base Na contramão, manifestou-se o líder do DEM na Câmara, deputado Rodrigo Garcia (SP). Ele defendeu mais tempo para estudar e conhecer melhor os conteúdos das MPs.

O democrata já definiu não concordar com o tabelamento do preço do frete, uma das principais pautas do protesto nacional. “Eu acho que essa questão do frete é uma coisa de regulação de mercado”, afirmou Garcia ao DCI. “Se existe um excesso de caminhões, hoje, no Brasil, é fruto de um baixo crescimento econômico, que gera superoferta, que gera queda de preço”, acrescentou.

Também por causa reações de grupos econômicos contrários às concessões aos grevistas, o governo não vai votar as matérias nesse prazo, na avaliação do professor Francisco Lopreato, do Instituto de Economia, do Centro de Conjuntura da Unicamp.


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