Política Nacional

“Investigar corrupção é abrir caixa de Pandora”

Para o subprocurador-geral da República Nicolao Dino Neto, investigar a corrupção no Brasil significa lidar com uma enorme quantidade de casos que parecem “puxar” uns aos outros. “É como uma caixa de Pandora (objeto que contém todos os males do mundo, de acordo com a mitologia grega). Quando você mexe na caixa, aparece mais uma ramificação”, afirma.


Atualmente, o Ministério Público Federal investiga diretamente 26 mil casos de corrupção e, no ano passado, propôs mais de 2 mil ações contra acusados de enriquecimento ilícito e outros crimes relacionados.

Mas Dino Neto, que coordena a Câmara de Combate à Corrupção, acredita que os próximos anos haverá um aumento na quantidade e na eficiência das ações contra corruptos, por causa da criação dos chamados Núcleos de Combate à Corrupção em todo o país.

Criados em 2014, os núcleos já estão presentes nas procuradorias de 24 Estados, além do Distrito Federal, e centralizam as investigações.

“Quando você especializa uma área de atuação, a tendência é as investigações fluírem de forma mais rápida”, disse à BBC Brasil, em entrevista por telefone.

“As investigações tendem a ser mais eficientes porque serão conduzidas num único procedimento, que vai resultar em medidas de ação penal e não penal. O resultado é melhor porque em vez de dois ou mais procuradores investigando o mesmo fato, você terá um só, que vai apurar o caso na perspectiva do crime e na da improbidade administrativa.”

No último mês de dezembro, o grupo coordenado por Dino Neto divulgou uma seleção das 100 principais ações em casos de corrupção realizadas em todos os Estados durante o ano de 2015. A lista completa pode ser vista aqui.

Além dos já conhecidos desdobramentos da Lava Jato, aparecem casos menos lembrados, mas que ainda estão em andamento – como os desvios da Sudam, descobertos em 2006 e a operação Anaconda, deflagrada em 2003.


Deixe seu comentário


Publicidade