Política Nacional

Janot diz que críticas de advogados à Lava Jato

Defensores acusam MP de violar direitos de acusados da operação policial.


O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, afirmou que as críticas feitas por dezenas de advogados à condução da Operação Lava Jato por parte do Ministério Público Federal são uma “técnica de defesa” dos acusados.

Na semana passada, mais de cem advogados – entre os quais diversos criminalistas responsáveis pela defesa de réus da Lava Jato – assinaram um manifesto publicado em jornais de grande circulação no qual acusam os investigadores do caso de violar os direitos dos acusados e de promover “vazamento seletivo” de informações sigilosas.

No textos, eles alegaram, ainda, que as prisões de suspeitos de envolvimento no esquema de corrupção têm sido usadas para obter acordos de delação premiada. Os advogados também criticaram supostas diferenças entre o teor dos vídeos das delações e as degravações das confissões feitas pela Procuradoria Geral da República. Para a defesa dos investigados, a PGR tentou potencializar os crimes ao transcrever os vídeos.
Em entrevista coletiva concedida nesta terça, Janot destacou que os advogados não negam os crimes atribuídos aos seus clientes, mas optam por atacar atos da investigação do esquema de corrupção que atuava na Petrobras. “Não vi ninguém negar o fato criminoso imputado a essas pessoas. [É] Técnica de defesa”, ressaltou Janot ao deixar a sessão desta terça-feira do Conselho Nacional do Ministério Público.

Repercussão do manifesto
Em artigo publicado na semana passada, o presidente do PT, Rui Falcão, elogiou a carta aberta dos advogados e falou em “desmandos” da Operação Lava Jato. “Uma carta aberta de advogados, veiculada semana passada sob a forma de ‘informe publicitário’ é mais uma denúncia – relevante –, entre as que vêm se sucedendo contra desmandos perpetrados em nome da chamada Operação Lava Jato”, afirmou Falcão. Já associações de procuradores da República e de juízes federais criticaram o manifesto. A Associação dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe) classificou o texto de “falatório” e “fumaça”.


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