Política Nacional

Machado diz que decidiu fazer delação para ter ‘paz na consciência’

Ex-presidente da Transpetro disse ter captado R$ 100 milhões para PMDB


O ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado afirmou que decidiu fechar acordo de delação premiada com o Ministério Público Federal (MPF) para poder “ficar em paz” com sua consciência.

Na colaboração com as investigações da Operação Lava Jato, Sérgio Machado admitiu ter repassado propina a mais de 20 políticos de 6 partidos. Só para o PMDB, que apadrinhou sua nomeação, o executivo teria arrecadado R$ 100 milhões.

O novo delator da Lava Jato também contou aos procuradores da República sobre pedidos de doações eleitorais de parlamentares de PMDB, PT, PP, DEM, PSDB e PC do B. “Eu resolvi dar a minha colaboração para poder ficar em paz com a minha consciência e poder voltar a ser um cidadão normal e apagar esta parte da minha vida”, afirmou Machado.

“Foi uma atitude pessoal minha no sentido de […] eu mudar minha vida, voltar a sonhar, sair daquele momento que a gente vivia. Eu sou da política há muito tempo, defendi todo aquele momento, você tinha valores que eram aceitos mas que não estão certos, que precisam ser corrigidos, e eu queria, definitivamente, começar um novo momento da minha vida.

Além de toda a repercussão política, a delação já levou três ministos do governo do presidente em exercício Michel Temer a deixarem os cargos por envolvimento com os fatos investigados na Operação Lava Jato: Henrique Eduardo Alves (Turismo), Romero Jucá (Planejamento) e Fabiano Silveira (Transparência).

Acordo de delação
Pelo acordo firmado com o MPF, Machado se comprometeu a devolver aos cofres públicos R$ 75 milhões que teria recebido de propina enquanto comandou a estatal, de 2003 a 2014.

Parte menor do valor, de R$ 10 milhões, deverá ser pago até o fim deste mês. Outros R$ 65 milhões até o final do ano que vem. Pelo acordo, ele pegará uma pena máxima de 20 anos quando for condenado, mas cumprirá apenas 3 anos em prisão domiciliar. Nesse período, deverá permanecer em casa por 2 anos e 3 meses.

Depois, poderá sair para prestar serviços comunitários. Em sua residência, em Fortaleza, poderá receber apenas advogados, profissionais de saúde e uma relação restrita de 27 familiares e amigos.


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