Política Nacional

Maia diz que racismo no Brasil é estrutural e defende que a Câmara debata soluções

Presidente da Câmara participou de audiência pública que debateu o assassinato de João Alberto, negro espancado por seguranças de um supermercado em Porto Alegre


O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse que o racismo no Brasil é estrutural e defendeu que a Casa debata e encontre soluções políticas para combater o problema.

Maia participou da abertura de uma audiência pública sobre o caso de João Alberto Silveira Freitas, negro assassinado por seguranças brancos em uma unidade do supermercado Carrefour em Porto Alegre.

João Beto, como era conhecido, tinha 40 anos e foi espancado até a morte por dois vigilantes do supermercado na quinta, (19), véspera do Dia da Consciência Negra.

Maia classificou o episódio como um “absurdo”. Para o presidente da Câmara, é preciso incluir a discussão sobre discriminação racial definitivamente na pauta da Casa.

“Infelizmente a gente sabe que o racismo no Brasil é uma questão estrutural, não vem de hoje, vem de longe. Acho que nós precisamos de forma definitiva aproveitar este momento e esse grupo para que gente possa fazer um debate com apoio da sociedade e a gente possa introduzir de forma definitiva na pauta da Câmara essa questão e as soluções que a política precisa encontrar junto com a sociedade”, afirmou Maia.

 

Audiência

Diversos juristas negros foram convidados para a audiência pública da Câmara.

O juiz André Nicolitt, do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro, ressaltou a importância de se pensar em iniciativas legislativas mais efetivas para enfrentar o racismo.

“Estamos numa sintonia de não nos conformarmos com uma legislação simbólica e factual em função de um episódio”, afirmou.

Ele ponderou, no entanto, que a legislação não deve ter caráter meramente punitivo, mas também “inclusivo” e “preventivo”.

“Acho que podemos pensar numa legislação que cuide de modo coerente de um sistema. Isso é algo inovador no Brasil, e que possa pensar não em termos simbólicos e punitivos meramente, mas, precipuamente, em termos promocionais, inclusivos e preventivos, sobretudo”.


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