Política Nacional

Manobra espúria, diz Eduardo Cunha sobre sessão de conselho cancelada

Conselho de Ética votaria parecer que pede cassação de Cunha.


O presidente afastado da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), classificou de “manobra espúria” o cancelamento da sessão do Conselho de Ética marcada para quarta-feira (8) para votar o relatório que defende a cassação do mandato dele. Para Cunha, a decisão anunciada na noite desta terça pelo presidente do colegiado, José Carlos Araújo (PR-BA), indica que o deputado age para “manter o processo indefinido e assim continuar na mídia”.

Araújo disse mais cedo, na terça, que decidiu cancelar a sessão devido à votação no plenário principal da Câmara, em segundo turno, da proposta que prorroga a Desvinculação de Receitas da União (DRU) até 2023. Ele também afirmou que queria dar mais tempo ao relator do processo, Marcos Rogério (DEM-RO), para analisar o voto alternativo apresentado ao Conselho de Ética pelo deputado João Carlos Bacelar (PR-BA), nesta terça.

A sessão de votação da DRU no plenário está prevista para o período da manhã. A do Conselho de Ética estava marcada para as 14h. O prolongamento da sessão no plenário poderia inviabilizar a do Conselho de Ética. A expectativa é que José Carlos Araújo anuncie nesta quarta a nova data da votação.

“Em mais uma manobra espúria do presidente do Conselho de Ética, foi cancelada a reunião desta quarta-feira, 08/06, sem qualquer razão, visando a postergar a decisão sobre o meu processo”, diz a nota de Cunha.

“Inúmeras vezes o presidente do Conselho me acusou de protelação, inclusive com representação ao MPF, citando adiamentos das sessões. Agora, ficou claro que estas manobras são de autoria do próprio presidente, que age para manter o processo indefinido e assim continuar na mídia. Além de buscar ter o resultado que almeja”, conclui a nota do peemedebista.

Nos bastidores, a decisão foi vista por adversários do presidente afastado da Câmara como um recado de que ele teria os votos necessários para derrubar o parecer de Marcos Rogério e que os aliados de Cunha estavam prontos para votar o relatório nesta quarta. “Primeiro, eu vi o presidente Giacobo tentando votar as matérias de interesse do Brasil e eu não queria atrapalhar. Disse a ele que o conselho não seria impedimento para votar as matérias”, afirmou Araújo.


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