Política Nacional

Para ingressar na OCDE, governo federal propõe mudança em tributação de multinacionais

Proposta será enviada ao Congresso. Brasil tenta ser aceito pela organização internacional, conhecida como ‘clube dos países ricos’


O governo federal apresentou uma proposta a fim de mudar a tributação que abrange principalmente as empresas multinacionais. A proposta será enviada ao Congresso Nacional.

O texto muda os chamados “preços de transferência”. A mudança visa adequar o Brasil ao formato utilizado pela Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), considerado o “clube dos países ricos”. O Brasil tenta ser aceito pelo grupo.

Atualmente, como o Brasil adota regras diferentes das utilizadas por países da OCDE, pode haver a chamada bitributação de multinacionais, o que a organização diz não querer. As novas regras, portanto, segundo o governo, visam evitar esse tipo de situação, além da perda de arrecadação.

Ainda segundo o governo, a adequação:

– evita a fixação de preços artificiais para produtos e serviços;

– impede condições desleais de concorrência e perda de arrecadação;

– visa aumentar os investimentos de outros países.

 

‘Crenças no multilateralismo’

O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse que a proposta representa um novo passo para a eventual adesão do Brasil à OCDE. Afirmou ainda que, se o Brasil aderir à organização, reafirmará as “crenças no multilateralismo”.

Em janeiro, a organização aprovou um convite formal para que o Brasil, junto com outras cinco nações, iniciassem as discussões de adesão à entidade.

“O Brasil quer ter o acesso à OCDE para reafirmar os seus valores, as suas crenças no multilateralismo, na importância das organizações multilaterais, para essa convergência de procedimentos, de valores, e principalmente para manter o sistema global funcionando do ponto de vista de investimentos e comércio. E celebrando a civilização, o estágio de civilização que nós atingimos”, declarou.

Guedes disse ainda que o momento é “especial” porque, segundo avaliação dele, a guerra na Ucrânia tem causado a ruptura das cadeias produtivas globais e protecionismo.

 

Convergência

O diretor do Centro para Política e Administração Fiscais da OCDE, Pascal Saint-Amans, disse que o novo sistema de preços de transferência apresentado pelo Brasil está em convergência com as regras internacionais.

“As regras no Brasil estavam muito divergentes da OCDE. O Brasil vai adotar o padrão da OCDE, e esse é um passo na direção certa. A gente quer proteger a arrecadação, pois o sistema que temos hoje, que deveria ser bastante resiliente, mas também que o ambiente seja propício ao investimento a e ao ingresso do Brasil no sistema de produção. O objetivo é encontrar o ponto de equilíbrio certo”.


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