Política Nacional

PGR pede ao Supremo abertura de novo inquérito para investigar Collor

Senador já foi denunciado por suspeita de receber R$ 26 milhões da BR.
Nova investigação depende de autorização do ministro Teori Zavascki.


A Procuradoria Geral da República enviou ao Supremo Tribunal Federal (STF) um novo pedido de investigação sobre o senador Fernando Collor (PTB). O pedido foi encaminhado diretamente ao gabinete do ministro Teori Zavascki, na noite desta quarta (11), por ligação com as investigações da Operação Lava Jato, da qual ele é relator do STF.

O documento está sob segredo de Justiça e, por isso, não estão públicas as novas suspeitas levantadas pela PGR relacionadas ao senador. O registro de protocolo no STF cita, porém, os crimes de peculato (desvio de dinheiro público), corrupção passiva (solicitação ou recebimento de vantagem indevida) e lavagem de dinheiro (ocultação de dinheiro com origem ilícita).

Por meio de nota, a assessoria de imprensa do senador disse que ele não teve acesso aos autos da investigação e que a abertura de um novo inquérito representa “açodamento e precariedade” da primeira acusação.

Collor foi denunciado em agosto deste ano, dentro da Operação Lava Jato, por supostamente ter recebido, com um grupo de auxiliares, R$ 26 milhões, entre 2010 e 2014, como pagamento de propina por contratos firmados na BR Distribuidora. Ele sempre negou as acusações.

Em julho, a pedido da PGR, Collor chegou a ter veículos de luxo apreendidos por suspeita de que teria adquirido os bens para lavar dinheiro. O STF quebrou o sigilo de contratos de financiamento para que investigadores analisem como foi feita a compra.

No fim do mês passado, um Lamborghini, um Bentley, uma Range Rover e uma Ferrari foram devolvidos ao senador, para que pudesse conservar os veículos. Os documentos, no entanto, ficaram retidos para aguardar uma decisão sobre a posse dos veículos.

Desde que foi mencionado nas investigações, Collor sempre negou as acusações e disse estranhar a inclusão de seu nome na lista de políticos supostamente envolvidos no esquema.

No dia em que contestou a denúncia de que recebeu R$ 26 milhões em propina, o senador do PTB disse “nada ter a ver” com os fatos a ele imputados.  E declarou ter certeza de que “a verdade, mais uma vez, virá à tona”.

Quanto aos carros de luxo, o senador disse que são propriedade de empresas das quais é sócio majoritário e afirmou que é o responsável pelos seus financiamentos. Para ele, a apreensão dos veículos superesportivos foi “espetaculosa” e midiática”.


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