Política Nacional

Planilha aponta parte de suposta propina de R$ 52 milhões para Cunha

Documento faz parte de delação de executivo da Carioca Engenharia


Planilha que faz parte da delação premiada do executivo da Carioca Engenharia Ricardo Pernambuco Júnior, investigado na Operação Lava Jato, detalha como teria ocorrido o pagamento de parte da suposta propina de R$ 52 milhões ao presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ).

A peça faz parte de inquérito autorizado contra Cunha pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Teori Zavascki, a pedido da Procuradoria-Geral da República.

Procurado, Eduardo Cunha disse que não vai se manifestar sobre o caso, que o assunto relativo à empresa Carioca é velho e que já se manifestou anteriormente.

A investigação da Procuradoria se baseia nas delações premiadas dos empresários da Carioca Engenharia Ricardo Pernambuco Júnior e do pai dele Ricardo Pernambuco. Segundo os delatores, o peemedebista recebia propina de a partir de recursos do FI-FGTS, um fundo destinado a empresas. A delação foi homologada pelo STF.

Este é o terceiro inquérito contra Cunha. A suspeita da PGR é que o parlamentar tenha solicitado e recebido propina do consórcio formado por Odebrecht, OAS e Carioca Christiani Nielsen Engenharia – que atuava na obra do Porto Maravilha – no montante de cerca de R$ 52 milhões.

Na planilha apresentada pela Carioca são detalhadas 22 transações que somam quase US$ 4,7 milhões. A primeira transferência de dinheiro teria sido feita no Israel Discount Bank no valor de US$ 220 mil.

Conforme os delatores, Cunha teria recebido propina no valor de 1,5% dos títulos comprados pelo FI-FGTS, paga em 36 parcelas. O documento entregue aos investigadores mostra depósitos feitos entre agosto de 2011 e setembro de 2014, que teriam sido propina a Cunha.

Ainda segundo as investigações, Cunha era próximo do então vice-presidente da Caixa Fábio Cleto, que integrava o conselho curador do FGTS. O dinheiro do fundo seria utilizado para permitir as obras do porto.


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