Política Nacional

PT antecipa ataques a Bolsonaro para conter onda a favor do adversário

Haddad precisará ampliar o seu eleitorado, saindo do campo da esquerda


A cúpula da campanha do candidato do PT, Fernando Haddad, decidiu antecipar os ataques contra Jair Bolsonaro (PSL) para evitar uma derrota ainda no primeiro turno e levar a eleição para a reta final.

Antes, a estratégia era mirar no candidato do PSL à Presidência da República apenas no segundo turno, mas agora petistas avaliaram que há, sim, o risco de uma onda final a favor do capitão reformado do Exército e que é preciso contê-la.

Interlocutores de Haddad disseram acreditar numa vitória no segundo turno, quando seria possível destacar mais o estilo classificado de “radical” e contra “direitos de minorias e trabalhadores” de Bolsonaro.

“Segundo turno é outra eleição, será possível chamar os eleitores para um momento de reflexão, mas antes precisamos superar esse momento de onda a favor do Bolsonaro”, disse um interlocutor do petista. Nesta linha, a campanha de Haddad já divulgou desde quarta-feira (3) um vídeo atacando o candidato do PSL, lembrando votos do deputado federal contra o fundo de combate à pobreza e contra a valorização do salário mínimo.

Entre aliados de Haddad, a última pesquisa Ibope, mostrando estabilidade no percentual dos candidatos, foi recebida com certo alívio. O temor era que Bolsonaro mantivesse a tendência de alta mostrada após o final de semana, quando subiu quatro pontos e chegou aos 32%. Se mantiver o ritmo, o que não aconteceu no levantamento divulgado na quarta pelo Ibope, o candidato do PSL passa a ter chances de resolver a eleição ainda no primeiro turno.

Chegando ao segundo turno, os petistas avaliam que Haddad precisará ampliar o seu eleitorado, saindo do campo apenas da esquerda, mostrando-se um petista moderado, que não fará nenhuma loucura na economia como no período de Dilma Rousseff. Se não conseguir fazer esse movimento, a derrota será certa.

Um interlocutor de Haddad acredita que ele poderá chegar ao final do primeiro turno com 25% das intenções de voto, garantindo a disputa na reta final.

“Aí, ele terá de se mostrar como um candidato confiável e responsável, terá de ser mais Haddad, o figurino Lula serviu para chegar ao segundo lugar das pesquisas no primeiro turno. No segundo turno, a mensagem terá de ser outra”, acrescenta esse interlocutor.


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