Política Nacional

Sem aprovação da MP do INSS, fica difícil tirar aposentadoria rural da reforma da Previdência, diz Maia

Medida provisória que busca combater fraudes passou pela Câmara na semana passada e precisa ser votada pelo Senado até esta segunda-feira, quando perde a validade.


O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse nesta segunda-feira (3) que, se a medida provisória (MP) que trata das fraudes no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) não for aprovada, haverá “dificuldade” para tirar da reforma da Previdência a questão da aposentadoria dos trabalhadores rurais.

A MP, que passou pela Câmara na semana passada, corre o risco de perder a validade se não for votada e aprovada pelo Senado até esta segunda-feira, prazo final da sua vigência.

“Essa medida provisória é fundamental. Ela que nos dá tranquilidade para tirar da PEC [proposta de emenda à Constituição] da Previdência a aposentadoria rural. Se não aprovar essa medida provisória, fica com dificuldade de tirar a aposentadoria rural da reforma previdenciária”, afirmou Maia ao chegar à Câmara.

Editada em janeiro pelo governo Bolsonaro, a MP alterou as regras de concessão dos benefícios previdenciários, incluindo a aposentadoria rural, com o objetivo de combater fraudes. A medida também impôs a revisão de benefícios pagos atualmente pelo INSS.

Nos cálculos da equipe econômica, se aprovado, o texto poderá trazer uma economia aos cofres públicos de R$ 9,8 bilhões em 12 meses.

Paralelamente, a reforma da Previdência, em tramitação na Câmara, também prevê mudanças que endurecem as regras para a obtenção das aposentadorias rurais, com aumento da idade mínima e do tempo de contribuição para o regime. A meta é diminuir o déficit causado pelos rurais na Previdência Social.

No entanto, diversos partidos já se posicionaram contra esse ponto da proposta enviada pelo governo, e a retirada desse item tem amplo apoio no Congresso por considerarem as mudanças muito duras. Com isso, ficariam mantidas as regras atuais para os aposentados rurais.

Para Maia, a MP, ao combater as fraudes na concessão da aposentadoria rural, irá corrigir a distorção de haver um número de aposentadorias maior do que a quantidade de habitantes no campo, compensando a retirada dessa parte da PEC.

“Ela [MP] é que vai quebrar um elo que, do nosso ponto de vista e, principalmente, dos técnicos, tem atrapalhado. Hoje, do regime geral, a aposentadoria rural representa 35% das despesas. E o aposentado no campo não representa, em tese, 10% dos habitantes no campo. Então, há uma distorção que os técnicos da Previdência entendem que essa medida provisória pode resolver”, afirmou Maia.

O presidente da Câmara disse ainda que, com a aprovação da MP, a questão da aposentadoria rural seria resolvida sem tirar “direito de ninguém” ou “prejudicando o verdadeiro produtor rural, mas organizando a contabilidade, os números, a prestação de contas dos aposentados rurais, através do INSS”.


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