Política Nacional

Situação fiscal do Brasil é ‘péssima’, e teto de gastos é ‘nossa âncora’, diz Mourão

Vice-presidente comentou discussão criticada pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, que vê risco de impeachment de Bolsonaro


O vice-presidente da República, Hamilton Mourão, afirmou que a situação fiscal do Brasil é “péssima” e que a regra do teto de gastos, que limita o aumento das despesas públicas, é a “âncora fiscal” do país.

Mourão fez a declaração ao ser questionado sobre as discussões dentro do governo do presidente Jair Bolsonaro sobre maneiras de “furar” o teto de gastos, ou seja, elevar as despesas e investimentos públicos além do que seria permitido pela regra, estabelecida por uma emenda à Constituição aprovada em 2016.

Diante da desaceleração econômica provocada pela pandemia do novo coronavírus, e de olho nas eleições de 2022, o governo tenta encontrar maneiras de ampliar os investimentos em obras, por exemplo, para tentar reaquecer a economia.

A possibilidade de que a regra seja desrespeitada, porém, pode sinalizar ao mercado financeiro o descompromisso do governo com a manutenção da política fiscal e com a recuperação das contas públicas, o que pode afastar investimentos externos.

O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou que violar a regra levaria Bolsonaro a uma zona de impeachment. Disse ainda que vai “brigar” com colegas do governo que apoiem essa medida.

“O teto de gastos é a nossa âncora fiscal. Então, não é um assunto que tem que ser discutido da forma como vem sendo colocado, é algo que tem que ser muito bem analisado pelas pessoas que conduzem a política fiscal do país. Temos uma situação fiscal péssima, então, não é algo que possa estar sendo tratado da forma como está”, disse o vice-presidente durante abordagem de jornalistas.


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