A pedido de Randolfe, Marinha explica resgate de vítimas do Anna Karolline III
Durante a exposição, os comandantes informaram que a Marinha já recebeu e avaliou o plano de reflutuação do navio.

Nessa terça-feira (10), em Brasília, a Comissão de Desenvolvimento Regional e Turismo (CDR) debateu, em audiência pública, sobre o resgaste e as buscas do naufrágio do Anna Karoline III. Autor do requerimento, o senador Randolfe Rodrigues (REDE – AP) presidiu a reunião que contou com a presença dos representantes da Marinha, o capitão dos portos do Amapá, Comandante Carlos Augusto, e o capitão dos portos da Amazônia Oriental, comandante Manoel Pinho.
Randolfe considerou a reunião muito produtiva e agradeceu ao empenho da Marinha desde o naufrágio, no dia 29 de fevereiro. Para o senador, “a declaração dos representantes de que a Marinha do Brasil não deixará ninguém para trás e que a missão só acabará quando houver o resgate de todos os desparecidos é um alento aos familiares das vítimas ainda desaparecidas”.
Durante a reunião, os representantes da Marinha informaram que todas as hipóteses para o naufrágio estão sendo investigadas e consideradas: “Mau tempo, excesso de carga e problema na transferência de combustíveis são algumas delas. Não descartamos nada ainda no inquérito e a perícia no navio deverá responder muitas dessas perguntas”, explicou o comandante Carlos Augusto.
O senador também expôs as medidas legislativas tomadas que visam coibir novos. Randolfe apresentou dois Projetos de Lei: um torna obrigatória a lista de passageiros em todas as embarcações e o outro que aumenta em até três vezes a pena para os crimes de homicídios, culposos ou dolosos, decorridos do transporte de pessoas. “Essas foram algumas sugestões que pensamos para que o que aconteceu com o Anna Karoline não volte a ocorrer”, explica.
Randolfe também lembrou da emenda no valor de R$ 12 milhões destinadas para a construção e inauguração do novo terminal hidroviário de Santana: “ Espero que a emenda que destinamos ao Orçamento da União para o ano que vem seja executada ainda esse ano. Dessa forma, poderemos inaugurar o quanto antes o novo terminal hidroviário, que seria uma espécie de Centro que garantiria a segurança para as embarcações que saem do porto fluvial de Santana”.
Também foi sugestão do senador Randolfe, que o estado do Amapá crie uma agência de fiscalização de navegação fluvial e terminais hidroviários para reforçar a fiscalização e reduzir a possibilidade de naufrágio. “É fundamental que as autoridades trabalhem juntas para que essa catástrofe não volte a acontecer”.
Algumas pendências apontadas para a empresa que fará o procedimento estão sendo resolvidas hoje, segundo o comandante Carlos Augusto. Uma das preocupações neste momento é com o maquinário que puxará o navio e com a preservação dos tanques para reduzir a possibilidade de vazamento de óleo.
O Naufrágio
O aviso do naufrágio foi dado via rádio (no local não há sinal de celular) e a Marinha só conseguiu confirmar as informações com o comandante do navio meia hora depois, às 7h30 do dia 29 de fevereiro (sábado).
A partir daquele momento, as equipes de resgate, mergulhadores e bombeiros foram acionados. Trabalharam nas buscas 7 coordenadores, 60 pessoas de logística e 110 militares. Corpos foram encontrados até 40 km afastados do local do naufrágio.
Entre os equipamentos usados estão dois helicópteros (que demoraram mais de uma hora para acessar o local do naufrágio), quatro lanchas e quatro embarcações da Marinha, que chegaram horas depois, devido à distância do ponto do acidente. O barco está completamente submerso, segundo fotos exibidas pelos comandantes. A marcação do local do naufrágio se dá por uma boia.
O comandante Carlos Augusto afirmou que as urnas com os corpos estão sendo transportadas de barco até a cidade de Gurupá (PA). O trajeto dura cerca de duas horas. Lá são colocadas no helicóptero (apenas quatro por viagem) e levadas para o local do sepultamento.
(Com informações da Agência Senado).
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