Amapá propõe inclusão do Programa Tesouro Verde no Consórcio Interestadual da Amazônia
Proposta é para que os estados membros consorciados, também dividam a receita do programa. Só o AP tem R$ 13,2 bilhões em créditos florestais.

O programa foi apresentado nesta quinta-feira, 28, pelo secretário de Planejamento do Amapá, Eduardo Tavares, na Câmara Setorial do Consórcio Interestadual de Desenvolvimento Sustentável – reunião técnica que antecede o encontro dos chefes dos Executivos no 17º Fórum de Governadores da Amazônia Legal, confirmado para esta sexta-feira, 29, em Macapá. Além do 17º Fórum de Governadores, o Tesouro Verde também foi apresentado em países como Estados Unidos, Alemanha, França, Noruega e Rússia.
De acordo com Tavares, a proposta do governo amapaense é para que os estados membros consorciados, também dividam a receita do Tesouro Verde. Atualmente, o Amapá tem em seu inventário patrimonial 170 milhões de créditos florestais, estimados em R$ 13,2 bilhões, aproximadamente, graças a preservação de 93% de sua cobertura vegetal nativa intacta.
“Basicamente, com a entrada de mais estados no Programa, esses créditos e essa potencial arrecadação aumentariam mais ainda, e todos os estados ganhariam. O ativo ambiental, especialmente florestal, de cada estado, passaria a compor o fundo do programa e as vantagens seriam para todos”, analisou o secretário de Planejamento do Amapá.
Como funciona
Para que os créditos florestais tornem-se recursos e compensem os estados por sua preservação, as empresas devem obter o Selo Sustentabilidade, pelo qual pagam um valor negociado em dólar no mercado de ações. Para obter a certificação, as empresas devem entrar na plataforma do programa, em http://www.plataformatesouroverde.com.br/compraSelo/AP, e preencher os dados do quanto elas geraram de resíduos (lixo), do quanto queimaram (consumiram) de combustível e do quanto gastaram de energias hídricas e elétricas no período de 1 ano.
Esses três critérios (geração de resíduos, consumo de combustível e de energias hídrica e elétrica) são os fatores que o Tesouro Verde considera como os impactos ambientais (pegada ambiental) em detrimento ao funcionamento de uma empresa. Estes impactos devem ser compensados a quem preserva o meio ambiente, como é o caso do Amapá.
A plataforma, então, calcula quantos créditos de compensação devem ser adquiridos do estoque amapaense pela empresa para que ela faça a compensação do impacto anual gerado por ela com a geração de lixo e o consumo de combustíveis e energia, oriundos de exploração de recursos naturais que geram impactos ambientais.
O valor de cada unidade de crédito a ser pago é dado pela cotação diária das bolsas de valores onde o Programa Tesouro Verde está credenciado a vender seus créditos. Efetuado o pagamento, a empresa está apta a receber o Selo Sustentabilidade, que comprova o seu compromisso e ética ambientais com os recursos naturais do mundo.
Do crédito comercializado, o pagamento é dividido com 50% para a arrecadação estadual, e os outros 50% entre a operadora (a bolsa de valores pela qual a transação foi efetivada) e para os responsáveis por projetos de iniciativa privada que trabalhem com preservação ambiental e para o dono da terra.
O Amapá está em tratativas avançadas para incluir o programa na bolsa de valores de Luxemburgo, o que levará o Tesouro Verde do Amapá até os principais mercados mundiais, sobretudo, o europeu que é de onde costumam vir os maiores financiamentos ambientais do mundo. Os produtores rurais também poderão ingressar como signatários da plataforma para comercializar créditos ambientais gerados em sua propriedade e receber por isto.
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