Política

Analista político diz que pesquisas iniciais ainda não refletem tendência do eleitorado

Para o jornalista Sílvio Souza, especialista em Ciência Política, cenário eleitoral só começará a ser definido a partir da propaganda eleitoral e dos debates. Segundo ele, os índices de rejeição aferidos também não terão influência nas eleições, pois não há elasticidade entre os percentuais dos candidatos.


Ao analisar o cenário político atual no Amapá, após a divulgação das duas primeiras pesquisas oficiais para o governo do estado pelos institutos Ibope e Mentor Inteligência, jornalista Sílvio Souza, também especialista em Ciência Política, disse que o quadro eleitoral só começará a ser definido a partir da propaganda eleitoral e dos debates. Segundo ele, índices de rejeição aferidos também não terão influência nas eleições, pois não há elasticidade entre os percentuais dos candidatos.

“Essas foram apenas as primeiras pesquisas, não tem nada definido; ainda não iniciou o programa eleitoral no rádio e na TV, ainda não ocorreram debates, as campanhas ainda não estão nas ruas, além do fato de que os candidatos não disseram ainda o que pretendem fazer, como pretendem resolver o problema do desemprego; ainda não colocaram solução para a saúde, por exemplo. Não estou dizendo que o retrato das pesquisas não é fiel, pois temos essa concepção, sim, que Capiberibe (PSB) lidera, mas isso não quer dizer que o cenário dessas pesquisas vai se manter por causa da sua prematuridade”, ponderou.

As diferenças entre os resultados das pesquisas do Ibope, que aponta João Capiberibe na liderança, seguido de Waldez Góes (PDT) e Davi Alcolumbre (DEM), e do Mentor, que mostra Davi em 2º lugar e Waldez em terceiro, ocorrem, segundo Silvio Sousa, porque os institutos trabalham com metodologias e ferramentas diferentes.

“A gente não pode comparar as duas pesquisas e dizer se houve evolução ou involução, porque são metodologias diferentes, ferramentas diferentes; a diferença entre o Mentor e o Ibobe é a forma de aferir junto ao eleitor; só pra ter idéia e não desconfiando nem de um e nem de outro, uma pesquisa do Ibope custa R$ 150 mil, enquanto que do Mentor custa R$ 15 mil; no entanto, temos que admitir que o Ibope tem maior credibilidade, mais segurança, sem querer desmerecer o Mentor”, analisou.

Perguntado sobre como a propaganda pode interferir no resultado das eleições, Sílvio Sousa afirmou que é através da propaganda que o eleitor vai passar a conhecer melhor os candidatos: “Por exemplo, o Capí de 2006 não é o mesmo de hoje, como também Waldez não é o mesmo de 2014; s]ao tempos são diferentes; em 2014 o Waldez Góes tinha rejeição mais baixa que hoje; o Daví tinha rejeição baixa na disputa da prefeitura de Macapá e não se elegeu, mas na eleição seguinte se elegeu senador. Há que se considerar, também, que apesar da rejeição do Davi hoje ser a mais baixa dos demais candidatos, é uma rejeição muito alta, de cerca de 30%, e isso assusta um pouco porque ele nunca exerceu cargo executivo, ao contrário do Capí e do Waldez, que já exerceram e a tendência é a rejeição se acumular ao longo dos mandatos. De qualquer maneira não se pode aferir ainda quem vai se eleger ou vai para o 2º turno, porque não há elasticidade na distância entre eles nas pesquisas, e isso só será aferido quando tivermos cerca de 70% da propaganda eleitoral esgotada, quando os já estiverem frente a frente nos debates, uns confrontando com os outro, quando as redes sociais forem aquecidas, enfim, quando as máquinas estaduais e municipais e os discursos estiverem nas ruas”, finalizou.


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