Assembleia Legislativa celebra Dia Nacional do Samba com homenagem a ícones da cultura amapaense
Deputado Jesus Pontes reconhece legado de Mestre Lino e Jorginho do Cavaco em sessão marcada por memória, música e orgulho popular

Cleber Barbosa
Da Redação
A Assembleia Legislativa do Amapá viveu um momento de forte emoção e celebração cultural durante a sessão especial em homenagem ao Dia Nacional do Samba, que reverenciou dois grandes nomes do ritmo no estado: Mestre Francisco Lino da Silva, de 90 anos, e Jorginho do Cavaco, artista que mantém viva a tradição do samba no cotidiano das casas de show e eventos locais.
A iniciativa partiu do deputado Jesus Pontes, que destacou a importância de reconhecer figuras que ajudaram a construir a identidade cultural do Amapá. Segundo ele, a homenagem simboliza um agradecimento do Parlamento a toda a classe sambista.
“Trazer esses dois ícones para a Casa no Dia Nacional do Samba é um gesto importantíssimo. É o nosso pré-aquecimento para o grande momento de 2025, quando o Amapá será cantado pela Estação Primeira de Mangueira no Rio de Janeiro”, afirmou o parlamentar, lembrando ainda sua ligação antiga com a história de Mestre Lino, nascida nas memórias do bairro Formigueiro.
Pontes ressaltou que homenagear quem constrói cultura é parte essencial do mandato. “Um povo sem cultura é um povo sem estrutura, sem ideias, sem ideais. E eles representam muito disso. É nosso dever reconhecer”, completou.
O emocionado agradecimento de Mestre Lino
Aos 90 anos, lúcido e sereno, Mestre Lino recebeu o reconhecimento com gratidão. “É uma honra ser lembrado pelo legado que deixo, que é o samba, o nosso carnaval, nossa escola, nossa história”, disse.
O sambista aproveitou para agradecer diretamente ao deputado Luiz Melo — também presente — pela abertura constante de espaço para divulgar a cultura popular.
Lino comentou ainda a homenagem que a Mangueira fará no próximo carnaval ao seu vizinho do Laguinho, o lendário Mestre Sacaca, personagem essencial na cultura amapaense. “É uma honra representar o nosso Sacaca. Ele é um símbolo da nossa identidade, e lá no Rio eu também já fui homenageado. Levo o Amapá comigo e deixo um pouco de mim por lá”, destacou.
O mestre contou que foi convidado pela presidente da Mangueira para participar do desfile no camarote da escola. “Não sei se vou, mas se puder, irei com certeza.”
Jorginho do Cavaco: vida dedicada ao samba
Também homenageado, Jorginho do Cavaco comemorou o reconhecimento e falou sobre os desafios de viver da arte no Amapá.
“Hoje eu posso dizer que vivo da música e do samba, mas ainda tenho uma atividade paralela, porque infelizmente isso ainda não é suficiente para sustentar tudo”, explicou.
Jorginho destacou a importância de dividir a homenagem com o “ícone maior do nosso samba”, Mestre Lino, fundador da Universidade de Samba do Laguinho. “Estar ao lado dele neste Dia Nacional do Samba é muito significativo para mim.”
O artista contou que sua militância no samba segue firme com apresentações em casas de show e eventos culturais. Os mais recentes incluem o Luau Samaúma, promovido pelo Ministério Público, e ele já se prepara para o Réveillon dos Artistas, organizado pelo governo do Estado.
Celebração da memória e da identidade
A sessão especial na Assembleia reforçou o compromisso do Legislativo com o reconhecimento de quem constrói cultura no dia a dia, mantendo viva a tradição amapaense e seu vínculo profundo com o samba.
“Eles são patrimônio vivo do nosso povo”, resumiu o deputado Jesus Pontes.
A homenagem encerrou-se com aplausos calorosos, reafirmando que o samba — no Amapá — é mais do que música: é raiz, memória e resistência.
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