Câmara aprova projeto contra pontes mistas em meio a debate acalorado
Segundo vereadores que votaram a favor da proposta, passarelas combinando madeira e concreto têm menos durabilidade

Foi aprovado por dez votos a favor e oito contra o Projeto de Lei Ordinária n.º 065/25, de autoria do vereador Joselyo E Mais Saúde (PP), que proíbe a construção de pontes e passarelas mistas de madeira e concreto em Macapá. A matéria gerou debate durante a sessão desta terça-feira, 9, na Câmara Municipal de Macapá.
Joselyo ressaltou que a intenção do projeto não é impedir a construção de pontes, mas evitar construções mistas, que apresentam menor durabilidade, garantindo assim a boa aplicação dos recursos públicos.
“A gente sabe que hoje a gestão municipal tem construído pontes mistas com base de madeira e a superfície de concreto. Nós entendemos que isso é prejudicial, pois quando se usa essa base de madeira e coloca o concreto em cima, a durabilidade dessa ponte é menor. Quero dizer pra vocês que a ideia aqui não é coibir a construção de pontes, a ideia é que se faça as pontes de maneira correta: onde precisar ser feita de madeira, seja feita 100% de madeira, e onde puder ser de concreto, seja 100% de concreto. Eu coloquei o nome desse projeto inclusive de PO Compacto. A impressão é que é uma forma de maquiar, quando se constrói em cima da madeira colocando concreto, que é um produto mais pesado, diminui a durabilidade. Não podemos permitir a farra com dinheiro público”, destacou Joselyo.
O projeto recebeu apoio de outros vereadores, como Daniel Theodoro (Rede/PSOL).
“Quero me sensibilizar ao vereador Joselyo. Simplesmente o projeto do vereador Joselyo é só dizer pro prefeito o seguinte: o senhor quer fazer de madeira, faça; quer fazer de concreto, faça. O que não pode acontecer é aquela diferença de lombadas, uma de concreto e outra de madeira. Não entendo todo esse alvoroço por uma coisa tão simples. Vou votar a favor por entender que o projeto, em si, não interfere em nada e dá liberdade ao prefeito de escolher entre concreto e madeira”, disse Daniel.
O presidente da Câmara Municipal de Macapá, vereador Pedro DaLua (União Brasil), também defendeu o projeto e criticou comentários desrespeitosos durante a discussão.
“Gostaria de me solidarizar à Vossa Excelência, vereador Joselyo, que nitidamente acabou sofrendo um ato xenofóbico por parte do vereador Alexandre Azevedo. O autor nasceu no Maranhão e conhece as mazelas daquele estado, assim como nós temos mazelas aqui em Macapá. Muito fácil abrir a boca e falar de ponte, mas nunca passou uma hora sequer numa ponte. Eu morei 12 anos na passarela Dias Gomes, no bairro do Muca. A única coisa que o projeto do nobre colega pede é que se faça um trabalho de qualidade. A mista aguenta menos que a de madeira. É inadmissível o tratamento com o nobre vereador. Que o senhor tenha mais cuidado com comentários e se atenha a não cometer quebra de decoro parlamentar”, destacou Pedro DaLua, dirigindo-se ao vereador Alexandre.
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