Charles Bordalo lança pré-candidatura à presidência da OAB e diz que vai lutar pela defesa das prerrogativas
Advogado promete coibir abusos com diálogo, mas afirma que não vai hesitar de brigar na justiça contra os que chamou de “algozes da advocacia”.

Conselheiro federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), cargo que foi contemplado após negociação com o atual presidente licenciado Paulo Campello para unir forças com o objetivo de barrar uma iminente vitória do advogado Ulysses Trasel nas eleições de 2015, o advogado Charles Bordalo lançou neste sábado (04) no programa Togas&Becas (DiárioFM 90,9), apresentado pelo advogado Helder Carneiro, tendo na bancada o também advogado Evaldy Mota, a sua pré-candidatura à presidência da instituição, tendo como principal bandeira a defesa das prerrogativas da classe.
Perguntado se a sua candidatura dessa vez será mantida e se Paulo Campello vai apoiá-lo, considerando que esse compromisso foi assumido como condicionante para a união de forças no pleito passado, Charles Bordalo garantiu que sim: “Não há qualquer possibilidade de desistirmos desse sonho de contribuir mais direta e decisivamente para a advocacia amapaense, e em relação ao presidente Paulo Campello, está no nosso pensamento que ele vai cumprir o acordo que assumiu conosco, com a minha pessoa e o meu grupo. Não há como recuarmos. Esclareço aqui que eu irei disputar de qualquer jeito a presidência, nosso grupo já está formado e estamos fazendo tratativas e fazendo consultas para consolidar várias propostas para que possamos fazer o melhor para a advocacia amapaense.
Também ouvido pela bancada do programa, o advogado Lucivaldo Costa, que faz parte do grupo de apoio à pré-candidatura de Charles, também falou sobre o acordo com Paulo Campello: “Em 2015 tivemos várias lideranças reunidas e naquele momento entendemos que candidatura oponente ao Paulo Campelo, do Auriney e do Charles, tinha grande chance de ganhar e decidimos fazer um acordo para que pudesses ganhar a eleição; essa união foi decisiva, tanto que foram apenas 27 votos de diferença, praticamente empate técnico; das articulações de 2015 para cá estamos confirmando que tem um grupo significativo de advogados que acreditam no doutor Charles para ser o próximo presidente da OAB”.
Por telefone o advogado Wenderson perguntou como o pré-candidato pretende solucionar antigos problemas no Iapen (Instituto de Administração Penitenciária), que de forma recorrente vem sedo alvo de violações das prerrogativas dos advogados. Charles respondeu que como conselheiro federal fez várias articulações para que esse problema fosse solucionado, mas disse que é um imbróglio antigo, revelando que ele próprio e a esposa, que também é advogada, já tiveram suas prerrogativas violadas.
“Tivemos muitos avanços, como a instalação de detectores, evitando que advogados e advogadas continuassem sendo submetidos a revistas ultrajantes. Hoje ninguém mais passa a mão no corpo de advogadas e advogadas. Mas é importante destacar que são recorrentes as violações contra a classe e isso eu não vou admitir, partam de onde partirem, sejam do Iapen, de delegacias, de juiz, promotor ou desembargador. Inicialmente tentaremos coibir essa prática condenável no diálogo, mas se não conseguirmos êxito nós vamos brigar na justiças e utilizando todos os meios legais necessários”, prometeu.
Charles Bordalo disse que o nome do nome para compor a Chapa como vide-presidente ainda não foi escolhida, mas adiantou que será uma mulher: “Para vice queremos uma candidata; iremos tratar disso após o lançamento oficial da nossa candidatura; vamos priorizar uma mulher, para que ela possa emprestar a sua inteligência, experiência, todo o seu potencial para que efetivamente a nossa gestão não tenha como foco apenas homens, como também a defesa dos interesses das mulheres, que precisam de um olhar mais profundo e precisam ser melhor atendidas”.
Outro ouvinte, que não se identificou, questionou Charles Bordalo sobre a sua atuação na defesa dos policiais militares acusados de matar um vigilante da OAB no ano passado, durante um roubo frustrado à agência do Banco Santander, em Macapá, por achar que atuando na defesa dos policiais ele estaria agindo contra os interesses da instituição. “Primeiro, quem está presidente é doutor Auriney substituindo o Paulo Campello; não posso ser tolhido da minha profissão; o inquérito foi concluído, os policiais já foram denunciados e eles têm direito à ampla defesa, que pode ser exercida sem nenhum problema por mim ou por qualquer advogado do meu escritório, inclusive pela minha mulher, que é muito competente; o que o presidente tem que fazer é colher resultados para a classe e separar questões da classe e do exercício profissional. Me perdoe o colega, mas essa pergunta é muita capciosa”, reclamou.
Representação
Bordalo também reagiu sobre questionado feito por outro ouvinte, que não se identificou, sobre uma representação contra ele enviada ao Conselho Federal pelo presidente em exercício da OAB/AP Auriney Brito, por suspeita de irregularidades em contrato com uma empreiteira: “Se estamos juntos com um grupo de advogados e você recebe uma representação, se temos ouvidoria, por que não ouvir primeiro o advogado? Porque essa representação pode ter improcedente, como foi, tanto que por falta de elementos foi arquivado pelo Conselho Federal. Se não há inflação, não há prova, porque mandar para o Conselho Federal? Tem que ouvir o advogado e dar oportunidade para ele se explicar pra ver se o conteúdo daquilo ali é suficiente para enviar ou arquivar de imediato a representação, dando todo direito de defesa para o advogado que está sendo alvo da imputação de alguma conduta”.
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