Política

Clécio confirma escalada da Covid-19 no dia em que Macapá completa 8 meses desde o primeiro caso

Prefeito afirma que todas as unidades vocacionadas para Covid-19 receberam reforço no atendimento e aposta no protocolo terapêutico para impedir agravamento da doença entre pacientes.


Fotos: Joelson Palheta/DA

Elden Carlos
Editor-chefe

 

O prefeito de Macapá, Clécio Luis, afirmou durante entrevista na manhã desta sexta-feira (13), ao programa radiofônico LuizMeloEntrevista (Diário 90,9FM) que a capital amapaense registra um aumento preocupante dos casos da Covid-19.

Nesta sexta-feira o município de Macapá completou, oficialmente, oito meses desde o surgimento do primeiro caso suspeito, ocorrido em 13 de março. No dia 20 daquele mesmo mês a suspeita se confirmou e no dia 4 de abril houve o registro confirmado da primeira morte pelo novo coronavírus.

O boletim epidemiológico divulgado na quinta-feira (12) confirmou 20.942 casos positivos e 542 óbitos. Existem ainda 71 casos sob investigação. Foram descartados 19.574. o boletim ainda revela a recuperação de 18.643 pacientes e 1.775 exames aguardam análise laboratorial de pacientes suspeitos.

Passamos os piores momentos da pandemia nos meses de abril, maio e junho, sendo maio o pior deles, quando atingimos o pico da pandemia. Conseguimos equilibrar, baixamos muito e estávamos assim até a semana epidemiológica 42. No dia 19 de outubro, quando iniciamos a 43ª semana, tivemos um aumento vertiginoso e que se estende até hoje, na semana número 46. Dá pra dizer que é uma segunda onda? Tecnicamente, não, mas o aumento de casos é espantoso. Por isso reforçamos ainda mais as ações de enfrentamento”, disse o gestor.

Clécio garante que, com base em estudos técnicos, sem nada de ‘achismo’, deve-se manter uma política efetiva de combate à proliferação, sem que haja negligência ou vacilo por parte do Poder Público.

“Estamos a oito meses trabalhando sem ‘achismo’. Quando reúno com membros do comitê técnico eles não falam em segunda onda, mas confirmam o aumento sustentado dos casos. Houve a estabilização nessa última semana, mas em alta, como se estivéssemos em um novo platô. Não podemos, de forma alguma, vacilar, negligenciar, achar que está tudo bem, não está”, garante.

O gestor municipal – quando questionado se o aumento dos casos tinha relação com o início da campanha política – foi enfático em afirmar que o relaxamento de algumas medidas, aliado ao grande volume de pessoas que a campanha eleitoral pôs nas ruas, foi fator determinante para essa escalada.

“Quando iniciamos as novas medidas restritivas [dado o aumento de casos] a primeira medida foi suspender todo tipo de atividade relacionada às campanhas eleitorais. Nós fomos o primeiro município no país a adotar essa medida. Só depois da gente é que outros municípios fizeram isso. Existia, inclusive, uma dúvida se o prefeito podia ou não fazer isso. Eu disse que faria e que se alguém se sentisse prejudicado que procurasse a justiça para reclamar. Ninguém procurou”, descreve.

O prefeito ainda esclareceu o fato de que Macapá só não teve uma crise de saúde anda mais grave em razão do protocolo adotado no início da pandemia. “Adotamos um protocolo terapêutico que serviu de referência para outros municípios. Não é apenas o medicamento, mas uma abordagem precoce. Transformamos as UBSs em vocacionadas para realizar a triagem, garantir a consulta, dar o diagnóstico e entregar o kit medicamento. O médico teve soberania para decidir pela aplicação do protocolo. Isso foi decisivo”, afirma.

Com o aumento novamente dos casos na capital, Clécio Luis diz que a atenção primária está com a retaguarda reforçada, mas que a preocupação nesse momento é com os casos de internação, ou seja, a média e alta complexidade.

“Estamos realizando o exame de PCR, testagem rápida e exame sorológico. Todos com análise e resultado sendo processados aqui mesmo. Estamos bem cobertos na atenção primária, mas a preocupação, diante desse aumento dos casos, é com as pessoas que precisam de internação, seja em leitos clínicos ou de UTI. Essa é a preocupação dos ministérios públicos [estadual e federa], comitês médicos, autoridades médicas, prefeitura, governo, enfim. Por isso o atendimento precoce é fundamental para que os pacientes não agravem”, concluiu.


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