Política

Coronavírus: Sob a ótica das estatísticas, Amapá acertou ao decidir pelo rigor do controle, diz especialista

Para o especialista Antônio Teles Júnior, faltou sintonia entre governo federal e os estados, que saíram na frente ao adotar medidas de contenção.


Cleber Barbosa
Da Redação

O secretário estadual das Cidades, economista Antônio Teles Júnior, que é especialista em planejamento, foi convidado pela equipe do programa Café com Notícia, na rádio Diário FM (90,9) a analisar a pandemia do Coronavírus sob a ótica dos números, pois é um destacado professor e pesquisador. Ele diz que faltou sintonia entre os governos federal e dos estados, principalmente por um acerta debilidade do governo central, com os governadores exercendo um protagonismo no combate ao Covid-19, citando o Amapá como exemplo assertivo, mesmo antes de ser registrado casos confirmados da doença.

Pelas estatísticas da pandemia, o Covid-19 atinge 60% das pessoas acima dos 60 anos de idade, portanto nas regiões onde há a preponderância dessa população mais idosa, há uma tendência de que o processo possa ser mais intenso. “São diversos aspectos que precisam ser avaliados, é preciso acompanhar a evolução dos dados, a incidência da doença e a partir daí realizar as políticas de intervenção, as políticas públicas, reforçar equipes, tomar as decisões do ponto de vista do combate à pandemia propriamente dita”, explica o especialista.

Ainda sobre as estatísticas, Teles Júnior diz que a epidemia no Brasil está gerando uma certa preocupação inicial por apresentar padrões de crescimento equivalentes ao que aconteceu na Itália. Isso se deve pela região onde está havendo a maior incidência, com a maioria dos casos concentrados na região Sudeste, especialmente no estado de São Paulo, como também uma incidência muito forte em Brasília e Rio de Janeiro, regiões que têm um fluxo de integração com a economia mundial também muito grande, pois boa parte das pessoas que chegam, ao Brasil são por essas cidades.

Números

Ele também falou da crescente registrada em São Paulo, que somente no dia de hoje registrou um aumento de 286 casos para 345 casos confirmados. “Lá é um estado onde 16% da população está acima dos 60 anos de idade, enquanto na Itália é 25% e aqui no Amapá 8%”, disse ele.

Teles Júnior lembrou ainda que a questão do saneamento básico, uma fragilidade do Brasil, pois há estudos que apontam que isso pode influenciar negativamente na ocorrência da atual epidemia no Brasil. “É uma questão que ainda precisa ser avaliada, mas acho que somente com um maior desenvolvimento da epidemia no país, mas é um ponto de alerta que precisamos observar, afinal o Brasil tem 100 milhões de pessoas sem acesso a saneamento básico”, completou o secretário.

Projeção

Por fim, a equipe do programa questionou sobre eventuais projeções sobre como a epidemia pode se instalar no Amapá, ocasião em que o especialista disse que até então as estatísticas estão tomando como base os dados da Europa e da própria Ásia, então é importante aguardar a consolidação dos dados do Brasil que possam gerar estimativas significativas. “Com relação ao Amapá entendo que terá uma incidência moderada, pois as autoridades já vêm adotando medidas muito drásticas se comparado com o padrão de diversos estados brasileiros, mesmo antes de ocorrer a epidemia, portanto tudo isso serve para amenizar a taxa de crescimento dessa epidemia no estado”, concluiu.


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