CPI: Clécio diz que solicitou documentos à PF para se defender e condena ‘jogo sujo’ de adversários
Ex-prefeito da capital, Clécio disse estar disposto, sim, a depor na CPI da Pandemia e que até já solicitou documentos à Polícia Federal (PF) para apresentar na CPI, no Senado.

Railana Pantoja
Da Redação
Após saber sobre possível convocação para depor na CPI da Pandemia do Senado, o ex-prefeito de Macapá, Clécio Luís, falou na manhã desta quarta-feira (26), em entrevista ao programa LuizMeloEntrevista (Diário 90,9FM), que está disposto a ir e mostrar o trabalho desenvolvido por sua gestão, em 2020, primeiro ano da crise sanitária, e negou “ter algo a esconder”.
Diário – O que motivou a Operação ‘Fiel da Balança’, deflagrada pela Polícia Federal, em 2020?
Clécio – Foi um mandado de busca e apreensão, na verdade. Naquele momento a gente havia feito uma aquisição de ivermectina, com quantidade para tratamentos durante um mês. Como havia falta de matéria-prima naquela época, a empresa contratada subcontratou a compra de outras empresas, sendo que uma delas [empresas] fez encomenda a uma farmácia de manipulação. A denúncia que chegou à Polícia Federal diz que a quantidade de miligramas no comprimido era inferior ao nosso pedido. Então, foi feita a coleta de amostras de um lote desse laboratório, especificamente, para averiguar se estava ocorrendo fraude. Além disso, vários documentos que não foram pedidos pela PF, a nossa gestão fez questão de entregar para ajudar na investigação.
Diário – Vai, então, se for, decidido a contar tudo?
Clécio – Sim. A Prefeitura foi vítima nesse processo, e é bom dizer também que não sou “réu” na investigação da operação ‘Fiel da Balança’. Eu não tive acesso às últimas informações desse processo, então, estou requerendo ao MPF e à PF que possam me dar acesso à investigação, obviamente, à parte que não está sob sigilo. Quero ter acesso para levar essas informações à CPI e poderei, assim, nos defender e mostrar nossa atuação na pandemia.
Diário – O senhor considera que a convocação da CPI seja um ato político, do tipo… jogo sujo?
Clécio – Claro. Como eu vou enfrentar, provavelmente, um processo eleitoral logo mais e com gente muito poderosa, é claro que vão tentar usar de tudo contra minha imagem. Vou dar um exemplo: o requerimento ontem (25) foi feito por um senador do Sergipe (SE), do partido Cidadania. O senador, Alessandro Vieira, fez o requerimento e já postou. Isso veio para Macapá, ‘encomendadinho’, e passou a circular. Começaram a fazer diversas especulações de um processo onde sequer sou “réu”. É a esse jogo ‘sujo da política’ que estou me referindo, um hábito que, infelizmente, faz parte da nossa política.
Diário- Outros prefeitos vão depor também. Mas, no seu caso, o senhor enxerga algum adversário político, dentro da CPI, agindo para prejudicá-lo?
Clécio – Não, e não gostaria de fazer qualquer tipo de relação. Mas, não tenho dúvidas que isso está acontecendo, tem um grupo interessado em me desmoralizar e isso ficou claro ontem (25). Eu nunca me acostumei, mas sei que esse jogo sujo faz parte da política. Tirando essa parte chata, vejo a CPI como uma oportunidade de mostrar o que fizemos até então, como o nosso protocolo terapêutico, por exemplo.
Diário – O senhor saiu da Rede numa situação de crise com o senador Randolfe Rodrigues. E, hoje, o senador é vice-presidente da CPI. O senhor vê digitais de Randolfe nessa sua possível convocação para depor na CPI?
Clécio – Não temo reação dele [Randolfe] e nem vou me comportar como réu, pois, eu não sou. Na minha opinião, estão convocando os prefeitos num recorte raso e político, apenas em cidades onde houve operações da PF. Não parece estranho um senador do Sergipe [Alessandro Vieira] fazer requerimento a meu respeito, aqui em Macapá? Mas, honestamente falando, não acredito que qualquer conduta dessa possa ser atribuída ao Randolfe. Ao contrário, ele me mandou mensagem pedindo informações e dizendo que estavam debatendo a questão das convocações. Então, não acredito que o meu depoimento possa sofrer qualquer interferência política por parte dele.
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