Política

Delação premiada de Alexandre Barradas repercute, mas conteúdo não chega a comprometer Randolfe e Clécio

Segundo lista liberada pelo ministro para investigações da Operação Lava Jato, Clécio recebeu, em 2012, em caixa 2, R$ 450 mil da Odebrecht como ajuda de campanha para prefeito de Macapá.


A repercussão do nome do prefeito Clécio Luís (Rede) na lista do ministro do STF, Edson Fachin, para ser investigado pela Operação Lava Jato, foi desdobrada no fim de semana com a divulgação de um vídeo da delação premiada do ex diretor superintendente da Bahia do grupo Odebrecht, Alexandre Barradas. O vídeo foi divulgado, primeiramente, em formato editado e, depois, como matéria bruta com duração de mais de uma hora.

Segundo lista liberada pelo ministro para investigações da Operação Lava Jato, Clécio recebeu, em 2012, em caixa 2, R$ 450 mil da Odebrecht como ajuda de campanha para prefeito de Macapá.

Nas declarações de Barradas, algumas vezes repetitivas, ele afirma que conversou com o senador Randolfe Rodrigues, também da Rede do Amapá, em Brasília, no gabinete do Senador, levado pelo advogado chamado Rafael a quem havia conhecido recentemente num voo entre Goiânia e Brasília. O escritório do advogado citado, fica localizado no Pátio Brasil, e segundo o delator, nunca mais teve contato com ele, desde fins de 2012.

Alexandre Barradas também diz no vídeo que chegou a jantar com Clécio Luís, já eleito, num restaurante da capital federal, com a presença do dito advogado Rafael, do qual não sabe o sobrenome nem outros detalhes de sua vida, apenas que se apresentou como causídico de formação e com empresa que trabalha com consignados.

Barradas afirmou explicitamente que o senador Randolfe não lhe pediu nada em dinheiro, mas que pretendia fazer uma “revolução burguesa” no Amapá para tirar o estado da pobreza.

O delator ou colaborador premiado da Odebrecht chamou o senador de cortês. O encontro em seu gabinete se deu antes da eleição municipal de 2012, na qual Clécio foi eleito pela primeira vez.

O prefeito de Macapá, em entrevista telefônica ao Diário do Amapá, no início da noite desta segunda-feira, 17, revelou que antes da eleição foi procurado em Brasília pelo advogado Rafael que vislumbrara uma judicialização no pleito municipal, e quer por isso colocou o seu escritório à disposição. “Mas não foi preciso. A eleição foi realmente judicializada, porém nos defendemos com profissionais pratas de casa”, disse o prefeito.

Clécio acrescentou que já eleito foi a Brasília, quando novamente foi procurado por Rafael, que dessa vez propôs uma parceria para trabalhar em Macapá com empréstimos consignados.

O encontro foi num restaurante, onde o advogado se acompanhava de duas pessoas, sem as apresentar como pertencentes à empresa Odebrecht. “Não sei se alguma dessas pessoas era o Alexandre Barradas”, disse Clécio na entrevista, para concluir que no jantar, nem no encontro primeiro que teve com o advogado Rafael, foi fechada qualquer relação de negócio, contrato, direta ou indiretamente.

No começo da noite desta segunda-feira, 17, o senador Randolfe e o prefeito Clécio liberaram nota sobre o aúdio, ambos dizendo não terem pactuado acordo com a Odebrecht.

Randolfe, entre outros pontos disse: “O Rafael citado no depoimento nunca foi assessor do senador Randolfe Rodrigues e nunca possuiu qualquer vínculo com o mandato do congressista”.

Clécio, por sua vez, disse, também entre outros pontos: “Em nenhum momento minha campanha pediu ou recebeu doação de qualquer valor da empresa Odebrecht. Nenhum centavo desta empresa chegou até a campanha”.


 

Diretor da Odebrecht cita Clécio e Randolfe em delação premiada, mas conteúdo, atrapalhado, não chega a comprometê-los. Acompanhe por inteiro

https://www.youtube.com/watch?v=wpdSY0PyUco

 


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