Deputada federal eleita, Sílvia Nobre tem cinco dias para apresentar defesa em representação eleitoral
Ela é acusada de usar dinheiro do Fundo Eleitoral para pagar harmonização facial

Paulo Silva
Editoria de Política
O juiz Normandes Antônio de Sousa, do Tribunal Regional Eleitoral do Amapá (TRE-AP), determinou a citação da deputada federal eleita Sílvia Waiãpi Nobre (PL), estabelecendo prazo de cinco dias para que ela apresente defesa na representação eleitoral ajuizada pela Procuradoria Regional Eleitoral. A representação contra Sílvia é por gasto ilícito de recursos.
De acordo com documentos, ela teria usado R$ 9 mil do Fundo Eleitoral para fazer uma harmonização facial. A denúncia foi apresentada por Maitê Martins Mastop, que disse ter sido coordenadora da campanha de Sílvia até as duas se desentenderem. A briga teria acontecido justamente pelo uso de recurso público para fazer o procedimento estético.
Segundo Maitê, Sílvia Nobre ordenou que ela repassasse parte do pagamento que recebeu para pagar pelo tratamento. Maitê apresentou os comprovantes das transferências ao MPE. Na representação, também consta o recibo do procedimento estético, com o nome de Silvia Nobre (o nome real de Waiãpi). A defesa da deputada eleita diz que a denúncia é “fruto de vingança pessoal e intrigas partidárias, bem como discriminação racial, dada a origem da declarante, manifesta a intenção de ajuizar o competente processo cabível na espécie”.
Profissional confirmou que fez procedimento em deputada eleita
O profissional que atendeu Waiãpi foi ouvido pelo MPE e confirmou tanto que o procedimento foi feito quanto o pagamento realizado. A lei eleitoral não permite que os recursos do Fundo sejam usados para nada além de propaganda e pagamento de serviços destinados à campanha. Na representação, o MPE diz que é “inequívoco” o mau uso dos recursos públicos, e pede que ela seja impedida de assumir o cargo de deputada. Silvia Waiãpi se elegeu deputada federal pelo Amapá no último dia 2 de outubro com 5.435 votos, defendendo que as terras indígenas sejam abertas para obras de infraestrutura e atividades como mineração e agricultura em larga escala. Ela é militar e coordenadora no Amapá da campanha do presidente Jair Bolsonaro (PL) à reeleição.
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