Política

Em entrevista no Rádio, Waldez promete ampliar ações do GTA e implementar projetos para o desenvolvimento do Amapá

Novos sistemas de rádio-comunicação integrados com a PRF estão sendo implantados.


Segundo entrevistado na rodada de entrevistas com os postulantes ao governo do Amapá que vem sendo feita pelo programa LuizMeloEntrevista (DiárioFM 90,9), o governador Waldez Góes (PDT), que tenta a reeleição, criticou o que chamou de oportunistas e “falsos salvadores da Pátria” que se aproveitam do momento eleitoral para fazer promessas mirabolantes e absurdas. Ao responder a uma pergunta do candidato Davi Alcolumbre (DEM) que criticou o tratamento dado à saúde do estado, Waldez listou várias ações de impacto para a melhoria do setor e ponderou que em nenhum momento qualquer senador defendeu recursos saúde e ainda votou a favor do congelamento dos recursos para a saúde por 20 anos.

 

Nascido em Jaburu dos Alegres, município de Gurupá (PA), atualmente com 56 anos de idade, casado com a deputada estadual Marília Góes, com quem tem sete filhos, Antônio Waldez Góes da Silva veio para Macapá ainda criança; é extensionista rural lotado na Aster/AP e iniciou a militância política muito jovem; ingressou no PDT em 1989 e é presidente regional do partido desde o ano seguinte. Em 1990 disputou pela primeira vez e foi eleito deputado estadual com a maior votação do Amapá; em 2003 assumiu pela 1ª vez o governo do estado, foi reeleito em 2006 no 1º turno e em 2015 iniciou novo mandato quando, segundo ele próprio, imprimiu uma gestão firme e encarando os problemas de frente trabalhou muito, permitindo ao Amapá atravessar uma das piores crises de sua história.

 

Pergunta: Ao abrir a rodada de entrevistas o candidato Davi (DEM) prometeu acabar com o fatiamento dos salários dos servidores estaduais apresentando como fórmula a renegociação da dívida de R$ 1,2 bilhão contraída com o BNDES. Na sua opinião isso será possível?

Waldez: É preciso lembrar que tem a dívida contraída em 2010 quando eu ainda era governador e tem mais o empréstimo de cerca de R$ 1,2 bilhão contraído pelo PSB, mas quem começou a pagar fui eu e pago até hoje, todo dia 15 de cada mês. Todo alongamento no pagamento de dívidas é feito no contexto nacional atendendo a todos os estados do país que possuem dívidas; nós já pleiteamos esse alongamento em outras oportunidades, mas as condições têm que ser estendidas pelas instituições financeiras a todos os estados.

Pergunta: Outra promessa do candidato Davi é investir pesado na agricultura, sobretudo na agricultura familiar e na produção de grãos, como também reunir em um só órgão o licenciamento ambiental e a regularização fundiária como forma desentravar o desenvolvimento…

Waldez: O candidato está concordando com o que eu tenho feito, a partir do processo de georreferenciamento feito pela Exército, onde investimos mais de 20 milhões de reais, e agora estamos assinando, também o com o Exército, um convênio que vai trabalhar regularização fundiária acima de qualquer suspeita, transparente e com o acompanhamento de todos os Poderes e órgãos de controle; quem começo em escala comercial a produção de grãos fui eu, e agora em janeiro vamos inaugurar mais uma fábrica de ração para viabilizar proteína animal. É bom saber que outros candidatos aprovam o que estou fazendo.

 

Pergunta: Esperava-se que o senhor acabasse com o fatiamento salarial antes do início do processo eleitoral para conquistar votos…

Waldez: Há quatro anos o povo do Amapá e do Brasil paga um preço muito alto por falta de prioridade na agenda nacional para o trabalhador, o aposentado, o jovem, a agricultura, enfim, para quem produz e gera emprego neste país, mas sim os problemas causados pelo sistema política brasileiro, pelo financiamento público de campanha, pelo impeachment e tentativas de impeachment… Eu penso que não existe no mundo sistema melhor que a democracia, mas existem democracias melhores, mais maduras, mais aprimoradas; o Brasil tem pouco tempo de redemocratização, e não podemos desacreditar, mas sim fortalecer. Imagine um jovem que tinha 11 anos atrás e vai votar pela primeira vez agora? Durante esse tempo só presenciou agenda negativa sendo tratada e está ávido por mudanças para melhor, no que diz respeito ao fortalecimento do processo democrático; seria importante todos os políticos serem honestos e prometerem o que podem fazer; é obrigação de todos, não jogar para a platéia. Sabe aquela do ‘salvador da Pátria’? Tudo que foi possível fazer eu fiz atravessando a crise consegui pagar salários e 13º salários em dia, progressão e promoção do servidor, manter a política salarial, regência para a educação e incorporação; fiz 12 concursos públicos na crise e muita gente pedindo pra atualizar salários, acabar com o parcelamento, mas fazer isso em dois meses pra tirar o Estado da condição fiscal que já avançou? Não é correto, não é honesto fazer isso nem com população e nem com servidor. No meu caso na hora que eu fizer é pra nunca mais o povo do Amapá passar por essa situação.

 

Pergunta: Esse dinheiro que o governo consegue pagar a folha, mesmo fatiada, bem por meio do FPE (Fundo de Participação dos Estados) ou é resultado da arrecadação de Impostos?

Waldez: São recursos de transferências constitucionais e do que é arrecadado pelo ICMS (Imposto de Circulação de Mercadorias e Serviços), que vai parte para educação, saúde e 25% para os municípios; trata-se de uma composição em que o governo federal informa quanto vai passar no ano seguinte do FPE e o estado informa quanto será o volume de arrecadação própria; ai forma o bolo orçamentário a ser distribuído de acordo com prioridades.

 

Pergunta: O FPE ainda tem diminuído muito ou melhorou?

Waldez: O FPE é complicado… Julho, agosto e setembro são os piores meses do ano; mesmo em época gorda da economia brasileira é triste, chega a não cobrir integralmente a soma da folha de pagamento; é preciso muita matemática financeira pra você não permitir desabastecimento de serviços e seguir com a ordem de atendimento população.

Pergunta: Onde estão as nossas cadeias produtivas pra reverter esse quadro?

Waldez: Isso é um processo. Para tratar de desenvolvimento econômico precisa ter infraestrutura, comunicação e incentivos, que já temos na Zona Franca Verde e Área de Livre Comércio e também iniciativas nossas para desonerar impostos, em que empresas querem montar fábricas e desonero o motor, o caminhão, os equipamentos necessários para a indústria ser montada; eu tenho feito isso; hoje, por exemplo, estou inaugurando a primeira fábrica de energia solar no Amapá, vou inaugurar mais uma fábrica de ração em janeiro; venho viabilizando a produção de grãos e proteína animal, porque além de soja e milho foi instalada em Santana dois anos atrás uma fábrica de trigo, que gera um subproduto importante para a ração que é o farelo; hoje a matéria prima da ração já existe no estado; a partir daí se constrói a cadeia produtiva do frango, pescado e suíno, que hoje não tem, porque quem produz tambaqui aqui tem imposto mais caro que quem produz em Mato Grosso e coloca mais barato aqui; podemos inverter e passar a abastecer esses 2 milhões de consumidores que existem no Delta do Amazonas. Isso é realidade, não é promessa, e esses candidatos que estão prometendo deveriam votar em mim, porque eu já venho fazendo isso.

 

Pergunta: Os produtores rurais enfrentam cada vez mais dificuldades para atracar suas pequenas embarcações no Píer do Santa Inez, cujas obras estão há muitos anos paradas. O senhor tem previsão de concluir caso reeleito?

Waldez: É importante dizer que tem obras que às vezes entram em processos judiciais e a gente não pode retomar ou iniciar enquanto não tiver autorização dos órgãos competentes. A empresa que começou a construir na época do governo Camilo teve problema judicial, envolvimento em uma Operação da Polícia Federal; por conta disso a obra foi paralisada; inclusive mandamos fazer perícia e foi constatado que um baque afetou uma pilastra; e somente após o processo judicial e corrigir esse problema técnico é que a obra vai poder ser retomada.

 

Pergunta: O senhor vem citando a crise financeira para justificar a adoção de algumas ações que podem impactar politicamente a sua gestão. O que diria à população sobre a atual situação financeira do estado em termos de arrecadação própria, repasses constitucionais e acesso a financiamentos de bancos públicos para tocar obras, pois de acordo com o senhor próprio na divisão do bolo orçamentário acaba sobrando muito pouco paras investimento?

Waldez: O ajuste fiscal que fizemos nos dois primeiros anos foi justamente pra não fazer a população pagar mais do que já estava pagando; recebi muitas dívidas não só junto a instituições financeiras, como também de trabalhadores, como merendeiras, serventes, vigilantes, transportadores, 13º salário e férias de profissionais; diante desse quadro imposto pela situação causada pelo governo federal, coordenada pelo DEM, eu tive que fazer muito ajuste pra não faltar salário para o servidor, 13º, progressões, promoções, concursos públicos, política de saúde, política de educação e política de segurança pública. Eu via e vejo no Brasil muitos estados fechando portas de escolas, de unidades policiais e hospitais, como este ano no Rio de Janeiro; fizemos muito exercício aqui é pra não permitir isso, dialoguei muito, passei um ano dialogando pessoalmente, com o auxílio dos secretários. Era preciso ter uma negociação transparente e negociamos intensamente; por isso houve compreensão generalizada e apoio dos agentes sociais, dos sindicatos, das instituições e dos Poderes, tanto que não tivemos nenhuma greve que não tenha durado mais de 2 anos; inaugurei 8 escolas novas, reformei e climatizei mais de 150 escolas; criei o cartão escola, que resolveu definitivamente o problema da merenda escolar, inauguramos várias unidades de saúde em Macapá, Santana, e agora em Laranjal do Jarí; tem o projeto da segurança pública, com o ingresso de mais de 1 mil policiais nas forças de segurança, entre agentes, oficiais, delegados, soldados e médicos legistas; fazendo de certa forma uma equação para pagar a folha até dia 10 de cada mês, como vem sendo feito; esse diálogo com os sindicatos e com os Poderes é que me permitiu um fluxo de caixa e não deixei faltar para honrar os compromissos e ainda conseguimos ampliar os serviços.

 

Pergunta: Em maio deste ano foi publicado no Diário Oficial um Termo de Confissão de Dívida do governo do estado com a Amprev em torno de R$ 2 bilhões, dívida essa que vem de várias gestões e o senhor fez parcelamento para pagar a dívida, mas há notícias de que o senhor não vem pagando e também não vem fazendo os repasses retidos nos contracheques dos servidores. Qual a sua proposta para resolver o problema dessa dívida do Executivo com o Instituto de Previdência do Amapá?

Waldez: Essa divida é um pouco maior, chega a R$ 2,4 bilhões, que vêm dos governos do Capí, da Dalva, passou pelo do Waldez, do Pedro Paulo, do Camilo e agora com o da gente de novo; o governo do comandante Barcellos deixou os recursos no antigo Ipeap, mas quando o Capi criou a Amprev os recursos não foram para a Amprev, mas pra resolver problemas de despesas do governo, e a Amprev surgiu com zero na conta; renegociei toda essa divida, em prazos permitidos pela legislação federal e estou pagando em dia sim; ocorre que nós tínhamos saldo de recolhimento feito a mais de R$ 160 milhões e no acordo foi permitido que a redução dos saldos do governo nas primeiras parcelas, e isso vai demorar mais ou menos 1 ano. E como providência futura estou certificando serviços florestais; não é compensação, são serviços que o estado já presta à humanidade, ao país; inclusive já estamos abrindo possibilidade para que a Previdência entre nesse contexto, captando créditos para que possa com isso se reequilibrar no Amapá; já estivemos pensado em vender patrimônio, como o navio (Comandante Solon) e o hotel (Macapá Hotel), por exemplo, mas vimos que na soma não resolveria; o achado de novas reservas são serviços ambientais, mostrando os serviços que o Amapá presta à humanidade e ao país, que são muito bem vistos e procurados por várias instituições como o banco do Brasil. Esse é o caminho para reequilibrar a Previdência do estado.

 

Pergunta: Muito se fala em potencial turístico do Amapá, mas potencial e setor produtivo tem diferença muito grande; produto turístico se coloca na prateleira, mas o estado ainda se ressente de produto. Qual a sua proposta para desenvolver setor, partindo da premissa que para isso precisa começar pela estruturação das cidades?

Waldez: Realmente aqui no Amapá temos um potencial enorme, mas é lógico que primeiro tem que cuidar da cidade para receber o turismo, cuidar dos nossos pontos turísticos; quando assumi a atual gestão encontrei o Parque do Forte abandonado, e na mesma situação os museus Sacaca e Joaquim Caetano; consegui revitalizar o Parque do Forte com muita dificuldade na crise, inclusive estamos implantando um sistema de câmeras de monitoramento em tempo real ligado com o Ciops, e para isso o coronel Carlos (secretário da Sejusp) está tomando as providências necessárias; revitalizei e dei vida ao Museu Sacaca, inclusive com a construção do Memorial; o Joaquim Caetano está quase pronto para ser entregue, além do museu de Oiapoque; além do grande potencial do Rio Amazonas, da Fortaleza, tem a perspectiva do Centro de Convenções, que não é possível construir com recursos próprios sem priorizar concursos e servidores. O que coloquei no programa do meu próximo governo, que já está pronto, é a construção de um complexo de urbanização, um a partir do Marco-Zero do Equador, com recursos do Estado e o outro o Centro de Convenções, que recepcionou a Carta do Sistema ‘S’, que tem proposta de parceria público-privada para execução da obra; vejo como muito bom o projeto porque o Sistema ‘S’ é de uma responsabilidade muito grande e tem recurso para construir; e para isso o governo também ainda tem saldo de R$ 190 milhões no BNDES para apresentar novos projetos.

 

Pergunta: Os constantes aumentos na tarifa de energia elétrica têm apertado ainda mais o orçamento das famílias amapaenses e um concorrente seu diz que vai revogar esse último reajuste de 37% dizendo que o governo do estado ainda é dono da CEA…

Waldez: Se o governo é dono é também dono de uma divida que já pago de R$ 1,4 bilhão, e pago na Caixa Econômica todo mês; se é dono da CEA, também é dono de uma dívida de mais de R$ 4 bilhões, significando dizer que se é pra ser dono disso seria mais uma vez ir contra a sociedade, porque vai ter que pagar uma conta que a sociedade não tem nada a ver. Eu fiz o que eu podia fazer, salvei o emprego dos servidores, sentei com os Urbanitários, com a Procuradoria-Geral (PGE), mandei o projeto para a Assembleia Legislativa e fiz o decreto de regulamentação permitindo que os servidores depois de 1993 fizessem a transposição para o quadro do governo do estado para evitar demissões como aconteceu em Roraima; fiz tudo o que estava ao meu alcance consegui resolver. A Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) é a a agencia reguladora que o governo federal comanda; a conta foi aumentada no governo Temer, e o ministro das Minas e Energia era do PSB. A parte que eu pude fazer e estava meu alcance, construímos junto com os servidores em Brasília; isso é tarefa dos senadores, sobretudo um que tinha nas mãos o Ministério das Minas e Energia, que um colega dele era o ministro, e que agora quer aparecer como ‘salvador da pátria’. É bom lembrar que pra resolver problemas é preciso os políticos serem honesto; de nossa parte não tivemos como e não podemos interferir; mas seria uma boa briga em Brasília, teria sido muito bom ter acontecido, repito, principalmente alguém que hoje defende o que teria que ter defendido quando um colega seu era o ministro na época que a Aneel estava aumentando o preço da tarifa da energia no Amapá.

 

Pergunta: Cobra-se muito a construção da Praça da Cultura e a divisão de recursos da cultura para atender a todos os segmentos da arte e da cultura. Inclusive essa foi uma promessa sua, mas até agora não saiu do papel… Isso pode acontecer no seu 2º mandato?

Waldez: Tenho estreita relação e tenho ido a todas as manifestações culturais, indígenas, caboclas, ribeirinhas e afrodescendentes; sou de pegar a caixa de marabaixo pra tocar, de tomar gengibirra, gosto da música, poesia, marabaixo, batuque e hip-hop, todas. Tenho relação muito forte e compromisso com a arte e a cultura, e tenho feito muito pelo setor. Pela primeira vez o Amapá teve acesso a recursos da Ancine (Agência Nacional do Cinema), com dois projetos executados com R$ 2 milhões da Ancine e R$ 1 milhão do governo do estado; temos outros grandes e importantes projetos, um deles é a Sala do Cinema Nacional; acredito que parte do áudio-visual avançou; na questão das chamadas públicas para pequenas apresentações também conseguiu concluir uma chamada, a a outra não foi possível continuar porque entrou o período de vedação eleitoral; temos focado chamadas públicas dividindo em segmentos e áreas territoriais que permitam prover a cultura do Oiapoque ao Jarí, também contemplando a cultura pop, sempre cuidando para que o acesso não seja feito apenas por quem já está consolidado no mercado, como tempo para os jovens, viabilizando a iniciação, a descoberta de novos talentos.

Pergunta: Quem é o seu candidato a presidente? O Ciro Gomes ou o Fernando Haddad?

Waldez: O Ciro! E também tem palanque para o Hadadd; Também tem que ter espaço para o Haddad porque a Manuela D’Ávila é do PCdoB, que é coligado com o nosso partido. Inclusive o Ciro estará aqui no Amapá no próximo sábado, quando teremos atividades políticas importantes; vou de manhã a Vitória do Jarí e à tarde vou receber o Ciro no aeroporto; em seguida ele viaja para outro estado e eu retornarei ao Vale do Jarí, onde vou cumprir agenda sábado e domingo.

 

Pergunta: O crime organizado inegavelmente já está infiltrado no Amapá, inclusive o próprio Judiciário admite. As polícias estão estruturados para fazer esse enfrentamento?

Waldez: Esse debate de que segurança pública é de responsabilidade dos estados vem desde a época da Nova República, mas hoje o crime organizado é comandado de penitenciárias de segurança pública e se estende para os estados; o crime não tem fronteira, se articular em um estado para acontecer em outro. Isso precisa mudar, é preciso um esforço muito grande para fazer isso e estou fazendo possível para fazer e estou fazendo. Em 4 anos do governo passado, que me antecedeu, não teve nenhum concurso público; na realidade desde 2010 não teve; em 2015 e 2016 eu não pude fazer, mas fiz em 2018 e os aprovados já começaram a ingressar e vão ingressar 1 mil homens e mulheres; a maioria já tomou posse. Junto com eles estão sendo implantados novos sistemas de rádio-comunicação integrados com a PRF (Polícia Rodoviária Federal), vai vir 175 novas viatura, cuja licitação já está concluída, além da substituição de todo o parque tecnológico; e consegui isso junto com a bancada federal, através de uma Emenda de R$ 100 milhões, que depois teve corte de R$ 45 milhões; com a metade vamos fazer aparelhamento e reaparelhamento de unidades policiais. Vamos também adquirir mais um helicóptero para o GTA (Grupamento Tático-Aéreo), que hoje chega a fazer 800 procedimentos por ano, já salvou muitas vidas, inclusive no Bailique. Criticaram muito quando eu comprei o helicóptero e aos que me criticavam eu dizia que eles não sabiam o valor de uma vida; um helicóptero vai continuar atendendo a segurança pública e a defesa civil, e o novo vai atender a área de saúde, totalmente equipado e com a equipe técnica e de apoio assegurado.

Pergunta (do candidato Davi Alcolumbre): O senhor já governou o Amapá durante quase 12 anos, e desde o primeiro ano a saúde piorou, agravando ainda mais nos últimos 4 anos e os recursos continuam voltando para Brasília e o governo não passa recursos para os municípios, e a população sofre por falta de profissionais, medicamentos e equipamentos. Qual a sua justificativa para cuidar tão mal das pessoas e da saúde no Amapá?

Waldez: Primeiro que agradecer a todos os trabalhadores da saúde, a todos, indistintamente. O Hospital de Emergências, chamado Pronto Socorro, atende mais de 80% dos procedimentos que deveriam ser atendidos nas UBS (Unidades Básicas de Saúde), mas são atendidos pelo Hospital de Emergência, que é o lugar onde as pessoas têm certeza que é lá que vão ter encaminhados os seus problemas; segundo, quero dizer ao candidato que não tem soluções simplistas para problemas complexos; sei que processo eleitoral tem chavões, colocações de alguns até tidos como ‘salvadores da pátria’; mas quero dizer que saúde se faz com profissionais bem pagos e qualificados, com equipamentos remédios, correlatos, unidades hospitalares; e pra ter isso precisa ter dinheiro; temos duas fontes, uma através do SUS (Sistema Único de Saúde) e o dinheiro que a gente arrecada aqui; eu não lembro de nenhuma defesa do deputado Davi para mudar a tabela do SUS em Brasília durante os seus 12 anos de mandatos, oito de deputado federal e agora 4 de senador; ele deveria ter contribuído, mas não fez; e votou tirando direitos dos trabalhadores e congelando recursos da saúde por 20 anos; eu não vejo credibilidade pra esse candidato questionar; como alguém que em 12 anos de mandato não votou para reajustar a tabela do SUS e votou para congelar por 20 anos os recursos da saúde pode dizer pra população que vai melhorar, vai resolver os problemas da saúde? Não sei que credibilidade o candidato tem pra fazer perguntas como essa. Primeiro ele deveria ter feito lá, ou fez isso pra prejudicar o meu governo? Se fez isso pra me prejudicar, prejudicou o povo, não é correta, não é atitude de quem quer governar o estado. Mesmo com toda a crise eu fiz a UPA (Unidade da Pronto Atendimento) da Zona Norte, a UPA da Zona Sul, que homenageia o médico Gilson Rocha, no Zerão, que tem 90 e poucos por cento de satisfação; a 2ª nefrologia do Amapá, em Santana, com equipamentos, profissionais, procedimentos de qualidade. Estou construindo o Hospital Regional de Porto Grande para organizar o atendimento na área de saúde de toda aquela região; graças a articulação com parlamentares federais, apenas 2 ou três não contribuíram, mas a maioria contribuiu. Agora entre novembro e dezembro vamos inaugurar a as unidades fixa e móvel do Hospital de Barretos, para diagnóstico,prevenção e também pequenas cirurgias, e também tomei a decisão de em parceria com o Hospital de Barretos construir na mesma área da unidade fixa, na Zona Norte, a Unacon e a radioterapia, que serão concluídas até o final da atual gestão.

 

Pergunta: Durante a campanha que o levou à atual gestão o senhor prometeu cuidar das cidades e das pessoas. Isso tem sido feito?

Waldez: Quando iniciei o governo tinha um TAC (Termo de Ajustamento de Conduta) assinado pelo governo anterior para demitir 3 mil merendeiros. Eu e a Marília (Góes, deputada estadual) chamamos a Procuradoria-Geral do Estado, promotores, procuradores, merendeiros e sindicalistas; tivemos muitos embates e conseguimos o fato histórico de pela primeira vez anular um TAC, TAC esse que foi assinado pelo Camilo; cuidar das pessoas é isso! Eu e a deputada Marília compramos a briga e salvamos os empregos das merendeiras e serventes e consegui pagar 5 meses de salários atrasados e os salários estão em dia. Esse é bom exemplo de como cuidar das pessoas, e minha vontade é fazer mais. Outro exemplo é o Amapá Jovem. Quando eu deixei o governo tinha 19 mil jovens no programa, e agora quando eu assumi não tinha nenhum porque acabaram com o programa; reativei e já estamos bem perto disso, e nossa meta é beneficiar 20 mil jovens em 2019; realizar concursos públicos é também cuidar das pessoas, tem a questão das empresas chegando gerando emprego e renda, a mobilidade urbana, que já soma mais de 150 km em todas as cidades; 90% das ruas e avenidas asfaltadas nos últimos anos são fruto do trabalho do meu governo; tem o Termo de Regime de Colaboração assinado com as 16 prefeituras, com algumas centenas de servidores cedidos às prefeituras e pagos pelo governo; não se vê nenhuma propaganda sobre isso porque entendo que tem que estar acima da política partidária, de eleições.

 

Pergunta: Mesmo com escolas miltares tempo integral o Amapá não atingiu nenhuma meta do IDEB. Por que o estado não consegue avançar nesses indicadores?

Waldez: Quando assumi o governo o sistema educacional do Amapá estava com 90% das escolas inadimplentes, devendo merendeiras, serventes e transportadores escolares. Como se quer ter bons indicadores com essa situação? Tive que primeiro investir para parar a sangria; criamos o Cartão-Escola e joje temos uma inversão nesse quadro, com 90% das escolas adimplentes; e eu lembro que quando fui entregar o Cartão eu disse que todo dia 10 o gestor ia ter dinheiro pra comprar a vista, e que antes faziam besteiras que seriam descobertas quatro anos depois, mas que a partir de então tudo seria descoberto na hora, e é o que de fato acontece, tanto que recentemente um gestor atravessou o rio e foi gastar o cartão no Pará e foi descoberto na hora. Ainda estamos em dificuldades com 8 escolas de regime integral, as de regime militar que foram aprovadas estão funcionando muito bem, e vamos ter agora uma em Oiapoque e outra em Laranjal do Jarí; temos ainda uma escola dentro de uma nova concepção, sem muros, com ambientes para todos os atores participarem, para que os pais voltarem a gostar das reuniões de pais e mestres, com os alunos ficando mais tempo na escolas em um ambiente salutar, em um regime de colaboração com as 16 prefeituras. Com isso vamos colher frutos a partir dos próximos índices do Ideb.

 

Pergunta: Há pouco mais de 3 meses do final mandato o que o senhor apresenta como grandes gargalos da sua administração e como fazer para mudar esse quadro?

Waldez: O desafio continua sendo na área fiscal. Sei que é difícil explicar pra sociedade de forma mais simples; mas quando não se tem controle fiscal compromete pagamentos, encargos sociais, e acaba comprometendo a áareas de saúde, educação e segurança. Criei um controle fiscal eficiente, senha do Siplag e entregue para os Poderes, que acompanham em tempo real as receitas e despesas do governo, a Lei de Acesso à Informação, fortaleci a PGE e a CGE (Controladoria Geral do Estad); criei e implantei a Central de Compras, com a centralização de todas as compras do governo e diminui despesas. A questão fiscal ainda é o desafio, mas quero dizer que quando recebi o governo só a folha de pagamento tinha um déficit de 800 milhões de reais e quando chegava agosto se pagava sem ter crédito no orçamento; diminui o déficit, que agora é menos de 500 milhões de reais, frei a sangria e comecei a fazer movimento para diminuir ainda mais o déficit orçamentário para poder investir no social.

 

Pergunta: O prefeito Clécio tem dito na propaganda que o governo atrasa e muitas vezes não paga os repasses constitucionais para o município. Isso de fato acontece?

Waldez: É apelo de eleição, em que às vezes vai se apegando a uma estratégica mesmo não sendo bem vista pela sociedade. Vamos falar claro, tudo que aconteceu neste país nos últimos anãos foi financiamento de campanha; nenhum partido está com credibilidade e confiança pra dizer que uns cumprem e outros não; não (vêm a público) agradecer ao governo do estado por ceder servidores da saúde, por exemplo. Tem que ser verdadeiro. Eu particularmente não posso falar mal do Clécio, porque sei do esforço que ele faz pra manter a cidade e pagar os servidores. O que não pode é denegrir esforço dos outros, que não é só meu, mas dos servidores, da população como um todo.


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