Geólogo condena modo de se discutir a Amazônia
Antônio da Justa Feijão entende que debates sobre a região têm de incluir quem nela mora.

Douglas Lima Editor
“A discussão da Amazônia tem uma grande amputação: discute-se a floresta, mas não se discute quem mora na região”. A observação é do geólogo e advogado Antônio da Justa Feijão, manifestada na manhã desta segunda-feira, 5, no Sistema Diário de Comunicação.
Feijão falou a propósito do Dia da Amazônia, 5 de Setembro, opinando que esse dia deveria transcorrer em 16 de Agosto, quando em 1639 o navegador Pedro Teixeira subiu o rio Amazonas, fincando a bandeira portuguesa num território que pertenceria à Espanha, por conta do Tratado de Tordesilhas.
“Teixeira deu um drible de Mané Garrincha no Tratado de Tordesilhas. Se eu fosse escolher, o Dia da Amazônia deveria ser 16 de Agosto, não 5 de Setembro, data essa vinda do ato de criação da Província do Amazonas assinado pelo então imperador Dom Pedro II, em 1850”, ensinou o geólogo.
Antônio da Justa Feijão observou que sempre os amazônidas são vítimas de drecretização. “Querem até fazer a reterritorialização de nossas vidas”, acentuou, para vislumbrar que nunca o mundo vai dar oportunidade dos quase 28 milhões de amazônidas comercializarem as suas riquezas.
O geólogo e advogado ainda condenou não ser dada à região a oportunidade de se tornar grande produtora de grãos e também de fluir com a sua vocação minerária. O Brasil não quis dar apoio tecnológico ao garimpo amazônico”, constatou Feijão.
Presidenciáveis
A propósito do Dia da Amazônia, o Sistema Diário de Comunicação foi escolhido como representante do Amapá para integrar um pool de empresas jornalísticas na transmissão de sabatinas aos presidenciáveis somente com assuntos relativos à região.
As sabatinas são iniciadas nesta segunda-feira, 5, à noite, tendo como origem da transmissão o Grupo Liberal, de Belém do Pará. A agenda de entrevistas com os candidatos a Presidente do Brasil, além de Pará e Amapá, envolve os estados do Acre, Rondônia, Roraima, Amazonas e Tocantins.
Mercúrio
‘A contaminação por mercúrio na Amazônia e os desafios para a implementação da Convenção de Minamata’ é assunto tratado no Anfiteatro da Universidade Federal do Amapá (Unifap), onde acontece o XIV Encontro da Rede Amazônica de Clínicas de Direitos Humanos, promovido pela Rede Amazônica de Direitos Humanos da própria instituição de ensino superior, em parceria com o Ministério Público do Amapá (MP-AP), aberto para o público.
As consequências do uso de mercúrio na região amazônica e a necessidade de regulamentação nacional sobre o tema são debatidas por professores, alunos e pesquisadores de universidades da região Norte, advogados, cooperativas do setor minerário e profissionais das áreas ambiental e jurídica. O evento também é aberto ao público.
A abertura do XIV Encontro da Rede Amazônica de Clínicas de Direitos Humanos ocorreu na manhã desta segunda-feira, 5, seguida de Mesa Redonda para discussão da ‘Convenção de Minamata e as implicações na pequena mineração de ouro no Brasil’.
O evento até amanhã, 6, quando haverá Audiência Pública com participação de membros do MP-AP e MPF, professores, pesquisadores locais e regionais, representantes dos legislativos municipal, estadual e federal, Poder Judiciário, órgãos ambientais, organizações não governamentais, estudantes e sociedade civil.
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