Política

Justiça começa a tratar de casos de vereadores acusados de crimes eleitorais

Odilson Nunes, nas alegações finais, e Raifran Beirão, com processo concluso, pronto para julgamento.


A previsão de que a composição da Câmara Municipal de Macapá, eleita em 2 de outubro do ano passado, poderia mudar por conta de denúncias levadas ao Ministáreio Público Eleitoral, começa a tomar contornos de realidade.

Nessa segunda-feira, 10, acabou o prazo para as alegações finais do processo que tem o vereador Odilson Serra Nunes (PRB) como denunciado, e a ex vereadora Adrianna Ramos (PTB) como denunciante.

Adrianna ingressou na Justiça com Ação de Impugnação de Mandato Eletivo contra Odilson, por compra de votos, no dia 9 de janeiro passado. Dia 16 de março houve a audiência da ação.
Ontem, foi a data da apresentação das alegações finais das partes litigantes. Adrianna Ramos entregou os seus argumentos em tempo, mas pelo menos até às 14h o vereador não ingressou na Justiça com os seus argumentos. O juiz Adão Carvalho é quem julgará o caso.

Por outro lado, o vereador Raifran Beirão deverá ser julgado, na próxima semana, em ação impetrada pelo suplente dele Josielson Nascimento por transporte irregular de eleitores.
Segundo a denúncia que originou o processo, o motorista da esposa de Raifran, senhora Vânia, foi flagrado pelo Ministério Público transportando eleitores na véspera do pleito de outubro de 2016.

Além de Odilson Nunes e Raifran Beirão, outros três vereadores de Macapá serão julgados em processos abertos com denúncias de que transgrediram a lei eleitoral.

Odilson, dono da empresa de vigilância Pargel, conforme os autos do processo, comprou votos de funcionários seus, usando vários métodos, um deles, prometendo dinheiro vivo e tíquetes de gasolina; um dos outros, prometendo pagar os salários atrasados, de uma só vez.

Uma testemunha chave contra o empresário, agora também vereador, foi o funcionário Osvaldo Brandão, que inclusive deflagrou as denúncias de compra de votos, mas acabou não comparecendo no dia da audiência, para depor. Ele no intervalo das denúncias para a audiência, teria feito as pazes com o patrão.

“Tenho dinheiro para resolver os meus problemas”, costuma dizer Odilson Nunes, quando é perguntado sobre ação na Justiça, que pode cassar o seu mandato de vereador. Nas conversas, ele deixa implícito que tem poder até para mudar decisão de magistrados. Odilson foi procurado, ontem à noite, pelo telefone, mas o aparelho só dava na caixa postal. O vereador, também por causa de compra de votos nas eleições municipais passadas, foi indiciado em inquérito pelo delegado de polícia federal Victor Arruda de Oliveira.


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