Política

Mercado de créditos de carbono pode render mais de R$ 60 milhões anuais ao Amapá

Estavam presentes o climatologista Carlos Nobre, a secretária executiva do projeto ART, Mary Glady e Carlos Aragon, secretário executivo da GCF Brasil.


O senador Randolfe Rodrigues (REDE-AP) participou na tarde desta terça-feira (18) de uma reunião para debater acerca do projeto ART – Architeture of REDD+ Transformations, dedicado à criação de um mecanismo transparente para o mercado de créditos de carbono. Estavam presentes o climatologista Carlos Nobre, a secretária executiva do projeto ART, Mary Glady e Carlos Aragon, secretário executivo da GCF Brasil.

Pelo projeto, o Amapá poderia se beneficiar anualmente com recursos da ordem de USD 14 milhões. Convertidos, o montante chega a R$ 60 milhões. E o valor ainda pode aumentar devido a benefícios concedidos em função de iniciativas que ajudem na preservação das florestas. Não custa lembrar que o Amapá é a unidade da federação que mais conserva a sua biodiversidade, com aproximadamente 70% do território preservado.

As regras do mecanismo ART preveem que os países participantes sejam submetidos às mesmas regras e obrigações no mercado de carbono, tornado a captação de recursos em créditos de carbono mais transparente.

No encontro também foram debatidas soluções para o desenvolvimento sustentável da Amazônia, com destaque para a implementação de indústrias baseadas na biodiversidade da região. De acordo com o professor Carlos Nobre, inicialmente poderiam ser utilizadas as bases militares ao longo da fronteira amazônica para instalação de pequenas indústrias aproveitando a infraestrutura oferecida por essas bases.

Entusiasta do desenvolvimento sustentável da Amazônia, o senador Randolfe Rodrigues se interessou pelo projeto e se colocou a disposição para articular junto às autoridades amapaenses reuniões para debater a captação de recursos em créditos de carbono pelo governo do Amapá. “Meu estado sofreu e sofre demais com as consequências da exploração predatória, tendo na mineração uma de suas piores faces”, afirmou o parlamentar.

O senador deu como exemplo a exploração de manganês no estado. “As minas foram concedidas para exploração por um período de 50 anos, mas bastaram apenas 30 para que as reservas esgotassem”, ilustrou. “Para piorar, existem políticos que defendem grandes projetos de exploração na região, ignorando os impactos negativos que isso representa”, completou o senador.

Na reunião também foi citada a paralisação de investimentos por empresas com presença global no mercado brasileiro devido às incertezas diante da política ambiental implementada pelo governo federal. “Já se verifica fuga de capitais no Brasil em função do descaso com a questão ambiental e a tentativa de exploração da Amazônia a qualquer custo buscada por Bolsonaro”, denunciou.

Ao final do encontro o senador Randolfe Rodrigues se comprometeu a realizar outra reunião para debater o projeto ART. Dessa vez, no Amapá.


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