“Mudar a estratégia de enfretamento à Covid-19 seria catastrófico”, afirma Randolfe
Senador amapaense fez a declaração em razão da mudança no comando do Ministério da Saúde. Ele disse que uma mudança agora, na estratégia, riscaria a biografia do novo ministro.

Cleber Barbosa
Da Redação
O senador Randolfe Rodrigues (REDE/AP) concedeu entrevista nesta segunda-feira (20) ao programa LuizMeloEntrevista (Diário 9,9FM) sobre a atual conjuntura de enfrentamento à pandemia da Covid-19. Sobre a troca de ministro na Saúde, Rodrigues disse que qualquer profissional que venha a ser escalado para a função não arriscaria a própria biografia para romper com o modelo mundial predominante de enfrentar a doença por meio do isolamento e distanciamento social, mesmo reconhecendo os efeitos para a economia.
Questionado pela equipe do programa sobre a eventual pressão política por mudanças, ele disse que na própria videoconferência do novo ministro – Nelson Teich – com os países do G20, ele reconheceu o papel e as recomendações da Organização Mundial de Saúde (OMS). “Eu apreciei as posições que o ministro apresentou ontem, quando disse que quer trabalhar em cooperação com os municípios e os estados, e esse é o caminho, pois é no município onde as coisas estão acontecendo, quem está precisando do apoio do Sistema Único de Saúde é o Governo do Estado, então esse é o momento de cooperar e trabalhar em conjunto”, disse.
História
Disse que o combate ao novo coronavírus é o maior desafio da humanidade na atual existência e que não tem outro paralelo na história, a não ser a pandemia foi a da gripe espanhola em 1918, mas que não tinha a dimensão de um mundo globalizado como hoje. “Embora a humanidade hoje tenha muito mais recursos para enfrentar a propagação da doença, e havia uma expectativa em relação a isso, a nossa geração, não só a minha, mas há três ou quatro gerações da espécie humana que não tinha dimensão sobre enfrentar uma crise dessa natureza, por isso que essa crise não é algo que possa ter partido político ou que possa ser enfrentado por algum agente isoladamente, pois é uma ameaça a toda a espécie humana”, avalia.
Randolfe disse que trata-se de uma guerra contra um inimigo invisível, portanto precisa de exército, precisa de hospital de campanha, enfim, mas reconhece que o Exército Brasileiro tem sido muito especial, junto com os agentes de saúde pública, a quem ele diz que precisa prestar todas as homenagens, pois a cada 10 pessoas que são atingidas pela Covid-19 são profissionais da saúde pública. “São eles a infantaria nessa guerra, são eles os soldados que estão na frente de batalha e não tem demonstrado medo de ir para essa guerra e que precisam ser reconhecidos por todos os governos do mundo como se soldados de guerra fossem, com o reconhecimento por parte de suas famílias”, sugere.
Futuro
O senador também projeta mudanças para o futuro, depois que a pandemia tiver passado. Para ele, depois de liberadas as regras do isolamento social, a humanidade não voltará normalmente ao seu cotidiano, como as máscaras que passarão a fazer parte do dia a dia das pessoas, pelo menos até o surgimento de uma vacina contra o novo coronavírus. “A própria solidariedade que estamos vendo hoje, seja entre as pessoas, seja com o protagonismo de empresas e grandes corporações também nos fazem projetar que a solidariedade entre as pessoas será um legado desse período”, concluiu.
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