Na véspera de fechar segunda quarentena, prefeito acha difícil flexibilizar isolamento social
O prefeito de Macapá volta ao rádio para dizer que sai ainda nesta sexta-feira, dia 17, uma decisão sobre prorrogação dos decretos de quarentena.

Cleber Barbosa – Da Redação
Na véspera de vencer a chamada “segunda quarentena”, o prefeito de Macapá, Clécio Luís (REDE), disse nesta sexta-feira (17) que o município está dialogando com os comitês técnicos sobre nova prorrogação dos decretos de quarentena e isolamento social. A decisão deverá ser anunciada em consenso com o comitê estadual, com a anuência dos órgãos de controle – e também das entidades do comércio.
Falando ao programa LuizMeloEntrevista, na Rádio Diário FM (90,9) ele disse que o primeiro passo foi cruzar as informações e dados sobre o avanço da pandemia no estado, para subsidiar a decisão sobre prorrogar ou não as medidas restritivas, o que deverá ser feito até a noite de hoje.
Questionado pela equipe do programa a respeito da exoneração do ministro da saúde, Henrique Mandetta, o prefeito de Macapá disse que a troca das equipes tende a piorar a situação, que para ele já iniciou com demora por uma definição sobre as melhores estratégias de enfrentamento.
Clécio também reclamou das especulações sobre os valores que supostamente o governo federal teria repassado para ajudar o Amapá a enfrentar a crise epidemiológica. “Chegaram a falar em bilhões, mas na verdade o município de Macapá recebeu até agora R$ 1,6 milhão a partir daquela conta de R$ 2 por habitante, o que se faz com dois reais?”, indaga o prefeito.
A outra ajuda externa foi no valor de R$ 700 mil, o que para Clécio também é muito pouco. Ele cita a mobilização da bancada de parlamentares do Amapá em Brasília, no total de 11 integrantes, entre deputados federais e senadores, que transformaram suas emendas de bancada e redirecionaram para o combate ao Covid-19. “E aí diluíram entre governo do estado e prefeituras, então aí sim vai entrar um valor para que possamos trabalhar tanto na saúde especificamente quanto na assistência social”, anunciou.
Ele fez uma projeção sobre a expectativa para o fim da curva epidemiológica ascendente que o Amapá ainda registra, ele diz ser uma questão muito complexa, mas adianta que as medidas adotadas foram na medida certa, na hora certa. “Nós não tomamos nenhuma medida precipitada e nem tomamos tardiamente, isso nos ajudou a ter uma condição suportável até agora, mesmo com um número muito alto [de casos] para a realidade de Macapá e do Amapá”, ponderou.
Por fim, ele avalia que houve revezes durante essa guerra, que atribui a querelas políticas, como o debate sobre a melhor alternativa de enfrentamento, entre o modelo horizontal e o vertical. Segundo ele, pesquisas apontam que a maioria da população apoia o modelo adotado pelo Amapá – de isolamento social para todos, excetuando-se apenas os serviços essenciais.
Clécio falou que existe uma metodologia para mensurar o percentual da população que vem permanecendo em casa, que registrou na quinta-feira que 46% da população estava em casa e os 54% restante na rua. “Então essa conta virá, como aconteceu na semana passada, com a explosão de casos, então infelizmente a opinião da coordenação é que não podemos flexibilizar nesse momento, dado o risco muito grande de termos muita gente precisando de UTI e não termos os leitos. Hoje são aproximadamente 40 pessoas internadas com Covid-19 e um pouco mais que isso nossa rede pode estrangular”, concluiu.
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