Política

Nicolau Crispino fala sobre desdobramento da Operação Acrópole e diz que STF tem contribuído para o país evoluir

Procurador de Justiça admite que,o Ministério Público ainda não conseguiu recuperar grande parte de recursos desviados pelo crime organizado.


O procurador de justiça Nicolau Crispino admitiu neste sábado no programa Togas&Becas (DiárioFM 90,9) que, ao contrário do que vem ocorrendo em nível nacional, em especial ao longo da Operação Lava Jato, o Ministério Público do Amapá ainda não conseguiu recuperar grande parte da recursos desviados pelo crime organizado. No entanto, ele revelou que o MP/AP está trabalhando para que isso comece a acontecer.

Perguntado sobre como estão as investigações da Operação Acrópole, deflagrada em 2016, ele disse que não pode fornecer detalhes, mas justificou a demora na conclusão do procedimento por causa da complexidade do caso: “Nós tivemos no final do ano passado uma medida cautelar que envolveu apreensão alguns objetivos, ensejou algumas medidas cautelares inclusive em relação a algumas empresas, e de prisões. Ainda não houve denúncia porque estamos trabalhando para ter todas as informações necessárias”.

Sobre questionamentos feitos acerca da demora nas investigações, Crispino justificou: “O Ministério Público tem toda a precaução possível e a demora se dá em decorrência da complexidade do caso; temos algumas atividades que houve necessidade de desdobramento; não parou; é que temos outras atribuições e com esse caso especificamente ao longo desse período a investigação está em pleno andamento e, por conseqüência, espero seja em breve, faremos a interposição da ação penal”.

No que diz respeito à recuperação de recursos desviados em crimes de corrupção, o procurador ponderou: “Recuperar o valor desviado é uma das nossas finalidades. O MP tem se preocupado com isso; criamos uma sistemática que vem permitindo que aqueles que desviaram recurso nos procurem. Isso já existe e estamos trabalhando nessa direção. A dificuldade é grande, porque se usam terceiros é mais trabalhoso para chegarmos nessas pessoas, por isso muitas vezes as ações demoram”.

O procurador elogiou o Supremo Tribunal Federal (STF) e comentou sobre o foro privilegiado: “O foro privilegiado faz com que se demore a julgar alguns processos nos Tribunais de Justiça e também nos Tribunais Superiores, e temos algumas ações que demoram pelas circunstâncias do próprio processo. O Supremo tem sido muito criticado por algumas posições, mas entendo que com essa última composição o STF tem ajudado muito o país a evoluir, inclusive na questão do foro privilegiado; a prerrogativa de ser julgado por um tribunal tem o bônus, mas também o ônus, porque quando é julgada pelo juiz a pessoa tem um segundo momento para interpretação de provas; mas uma vez julgado pelo Tribunal, em razão do foro privilegiado, a partir daí a prova não é mais discutida e isso pode ser considerado prejuízo. Por isso eu defendo que o Supremo tem contribuído muito com o país”.


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