Política

Papaléo Paes se diz indignado com possibilidade de não ser mantido na chapa de Waldez

Em entrevista exclusiva concedida nesta quinta-feira (26) ao programa LuizMeloEntrevista (DiárioFM 90,9)


O vice-governador Papaléo Paes (PSD) se disse indignado com a possibilidade de não ser mantido na chapa de Waldez Góes (PDT), admitiu que há uma pressão muito grande para que ele seja substituído por outro postulante, mas afirmou que ainda acredita que o governador vai honrar compromisso de mantê-lo na disputa.

Diário– Procede a informação de que o senhor não será mais o candidato a vice na chapa do governador Waldez Góes?
Papaléo – “É a realidade! Pelo menos estão falando isso nos quatro cantos da cidade; já definiram a minha exclusão e eu fico consciente da realidade. Mas é importante ressaltar que eu nunca briguei pra ser vice, para ter cargo algum, porque eu estou na política partidária e atuo na política partidária da mesma maneira que atuo como médico, para servir. Quem acompanha a minha vida toda sabe disso”.

Diário– O senhor já conversou com o governador?
Papaléo – “Fui sim, estive com o governador Waldez, e o que existe de verdade é que ele realmente não me falou nada. Nós temos um acordo de honra e pra mim não há absolutamente nada mais importante do que a palavra de honra; temos compromisso desde 2014 de que eu serei o candidato a senador; ou melhor, seria, porque pelo visto eu estou queimado de tudo…”

Diário– Inicialmente o senhor cogitava sair candidato ao Senado…
Papaléo – “Antes do período de desincompatibilização o governador me chamou e disse que reconhecia o compromisso de eu ser o candidato dele ao Senado, mas pediu para eu continuar como vice dele e aceitei, por confiar nele, por ter convicção de que nada vai fazer derrotar a palavra de um homem honrado que é o governador Waldez, assim como eu; palavra vale mais que papel escrito, dinheiro, tudo”.

Diário – Com a decisão de se manter como vice o senhor abriu mão de disputar qualquer outro cargo, mas agora se vê diante da possibilidade de não disputar nenhum outro por não ter se desincompatibilizado. E agora?
Papaléo – “Ora, a partir da conversa que tivemos, quando ele me pediu para continuar como vice, eu não teria porque me desincompatibilizar, como de fato eu não me desincompatibilizei; se fosse outro qualquer, de caso pensado, eu não faria porque poderia ser minha exclusão da política… Eu acreditei na palavra dele e acredito na pessoa dele”.

Diário – O senhor confirma que teve um encontro com o governador nesta semana e que o assunto foi a sua substituição na chapa majoritária?
Papaléo – “É verdade. Tivemos uma conversa na última segunda-feira e acabou se tornando pública. Para mim essa conversa seria até desnecessária, mas eu estou tão angustiado por ouvir de muitas pessoas a minha exclusão e eu o procurei; ele sempre me recebeu bem, me tratou bem, aí eu perguntei, disse que estava angustiado já vendo os Menudos lá olhando pra gente de atravessado…”

Diário– Quem são os Menudos?
Papaléo – “Pessoas que assessoram, aconselham, mas na hora de uma campanha não se vê nem a cara deles. Menudo faz cena bonita, canta bem, mas na hora quem faz um esforço danado na campanha é o governador, o vice… Pra depois essa meninada fazer besteira”.

Diário – E qual foi o posicionamento do governador?
Papaléo – “Ele pediu mais sete dias pra responder. Eu achei até que se eu estivesse o lugar dele ficaria chateado porque existe um acordo de honra; eu esperava ouvir isso dele, mas eu sei a pressão que ele está recebendo, o jogo é pesado em todos os sentidos, tanto que se cogita que eu seria substituído por um homem milionário”.

Diário – Esse milionário é o Jaime Nunes? Ele vai investir na campanha?
Papaléo – “Ah, ele deve investir sim, porque se for só pra fazer gracinha é melhor deixar o Papaléo mesmo”.

Diário – O senhor está dizendo então que o Jaime Nunes está comprando o cargo de vice?
Papaléo – “Não, não estou falando isso. Pelo menos de mim ele não comprou… Esses caros não têm nem coragem de me fazer esse tipo de proposta…”

Diário – Se o senhor não for o candidato a vice, ficará impedindo de disputar qualquer outro cargo. Nesse caso qual seria o seu caminho político?
Papaléo – “A coisa é tão grave que só posso hoje ser candidato a vice do Waldez, só dele, de ninguém mais, se acontecer isso mesmo, me mataram politicamente, e na verdade eu não sei nem se esfolaram ou fizeram picadinho”.

Diário – O senhor está magoado com o governador Waldez?
Papaléo – “Eu vou te dizer uma coisa, tenho carinho e vou até acrescentar algo, tenho carinho e amor muito grande pelo Waldez…”

Diário – A recíproca é verdadeira? É um amor correspondido?
Papaléo – “Até que ele me dê o não… Bem, eu não estou trocando esse amor por um cargo de vice; a minha vida, o meu passado, a minha conduta, o zelo que tenho, pela dignidade e respeito que sempre tive no exercício do poder público mostram isso, isso é minha riqueza pessoal; minha presença na Chapa se justifica pela palavra, prezo a palavra. O governador sempre me tratou muito bem, não posso negar… Na casa dele me tratam muito bem, com muito carinho, atenção respeito. Agora uma situação dessa na maldita política ultrapassada, do vai no fundo, do jogo de interesses, eu não entro nessa, sou um cara conservador e não admito essa política ultrapassada e mesquinha que jogou o Brasil no fundo do poço”.

Diário – O PSD, partido ao qual o senhor é filiado, acabou de fazer aliança com DEM. Se excluído da Chapa o senhor vai compor com o Daví Alcolumbre?
Papaléo – “Não sei se essa aliança foi consolidada, eu ainda não tive essa sinalização, mas eu já disse, e eles (direção nacional do PSD) sabem da minha situação agora. Minha entrada no partido foi programada, conversei com o ministro Kassab, e até então eu seria candidato a senador, e ele me acolheu. O presidente Sarney é muito amigo dele, o encontro foi na casa do presidente Sarney, conversamos lá, e na ocasião foi firmado compromisso para que o PSD permanecesse como está, que o partido vai ficar com o Waldez. Tanto que ao saber eu não seria mais candidato ao senado, ele me questionou se o vice seria eu mesmo. Eu falei que sim. Então lá por cima também eu não sei o que vão fazer, mas acredito que vão liberar o PSD caso haja quebra de compromisso comigo”.

Diário – É verdade que o Lucas disse que vai abrir mão da vice-governadoria em eventual próximo mandato, caso venha a vencer, para que o vice seja o senhor?
Papaléo – “Não vale mentir. Fo o seguinte, um grande amigo meu me disse assim, “rapaz, no meio político ainda se encontra solidariedade, pessoas com sensibilidade. O Lucas me disse pra dizer ao Papaléo que cedo até minha vice pra ele continuar com a gente, como vice do Jaime Nunes daqui a quatro anos”. É que ele (Jaime) vai ser vice do Waldez, depois ele vai sair candidato a governador, vai à reeleição. Inclusive eu liguei até pro Lucas para agradecer pela solidariedade prestada a mim”.

Diário – Se for preterido da Chapa o senhor sai magoado?
Papaléo – “Eu saio indignado! Claro, porque não é brincadeira um negocio desse, ninguém, ninguém, até minha mãe pedia pra não me meter nessa vida de política que é de gente sem vergonha; mas é claro que isso pode acontecer; eu estou muito chateado. O que mata a política é são os maus políticos vagabundos que não falam a verdade, que só fazem mentir, tanto que os que falam a verdade acabam não sendo acreditados; um dia que um secretário de estado entrou numa sala onde estávamos eu e o governador, extremamente emocionado, dizendo que estavam precisando de dinheiro campanha, e falou que teriam que botar o Jaime na campanha. Eu fiquei constrangido, me senti muito desconfortável; depois daquele dia eu senti que a barra estava pesada, muito pesada. Mas é importante deixar claro que estou falando tudo isso porque o assunto generalizou, difundiu e está repercutindo muito, tanto que só ontem recebi telefonemas de cinco jornalistas, por isso eu não poderia me omitir; de qualquer forma, vamos aguardar, e o que me interessa é o que ficou acordado entre eu e o governador”.


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