Política

Paulo Lemos rechaça decisão do PSOL do RJ e defende alinhamento com a gestão de Macapá

Corrente majoritária do partido no Rio de Janeiro exigiu o rompimento imediato do PSOL com o grupo político do prefeito de Macapá Clécio Luís e Randolfe Rodrigues, ambos da REDE.


Ramon Palhares
Correspondente em Brasília
 Em entrevista exclusiva concedida por telefone ao Diário do Amapá na tarde desta segunda-feira (06) o secretário geral do PSOL no Amapá, deputado estadual Paulo Lemos confirmou declarações prestadas pela manhã ao programa LuizMeloEntrevista (DiárioFM 90,9) de que ele vai ignorar decisão tomada pelo congresso regional do partido no Rio de Janeiro exigindo o rompimento imediato da sigla com o grupo político do prefeito de Macapá Clécio Luís e Randolfe Rodrigues, ambos da REDE. Segundo ele, essa decisão se trata de uma decisão isolada de setores radicais do partido.
“Essa foi uma resolução aprovada no congresso estadual do Rio de Janeiro que não reflete a opinião do partido a nível nacional. Na realidade os esquerdistas do Rio de Janeiro não aceitam que um estado pequeno, como o Amapá, venha a ter uma das maiores forças internas do partido. Mas o choro é livre. Eu entendo que o PSOL tem que ampliar cada vez os seus quadro para garantir mandatos e alcançar o Poder, porque afinal todo partido quer chegar ao protagonismo político”, reagiu.
Na opinião de Lemos o grande crescimento do partido no Amapá acaba gerando ciúmes, o que leva a esse tipo de reação: “O PSOL tem muitas correntes internas, a maioria com entendimentos divergentes; há os blocos de esquerda, que levam o partido ao isolamento e não é isso que a gente quer. A nossa corrente quer a ampliação, mas o pessoal do Rio de Janeiro não suporta muito a nossa força, porque afinal, já somos quase 13 mil filiados, dos quais 4 mil se filiarem ao partido só no último, além de sermos a maior bancada proporcionalmente do Brasil e vamos levar 29 delegados para o congresso num universo de 170 delegados, com um poder de decisão muito grande”.
 
Continuidade da aliança política
Paulo Lemos garante que a aliança em Macapá terá continuidade: “Nós ajudamos a construir por duas vezes o mandato do companheiro Clecio Luís, que mesmo não estando no PSOL foi eleito pelo PSOL no primeiro mandato, deixou o partido exatamente por não ter a garantia de uma ampla aliança, visando sempre melhorar a vida das pessoas. O PSOL compõe a gestão municipal de Macapá e vai brigar para continuar nela. Clécio e Randolfe continuam no projeto de aliança do partido. Vamos continuar avançando. O PSOL do Amapá tem como foco principal a manutenção e a ampliação de mandatos estaduais e construir um mandato federal”.
Em documento denominado “Resolução sobre Macapá”, o PSOL do Rio de Janeiro acusa o partido no Amapá de cometer fraudes durante as plenárias que escolheram delegados para o congresso nacional, que vai definir coligações em todo o país e ataca duramente a aliança com a prefeitura de Macapá, que também é integrada pela REDE: “O processo de plenárias de eleição de delegados ao congresso nacional do PSOL trouxe à tona problemas graves com os quais o partido convive há anos: a aliança política estreita com personalidades que deixaram o partido (Randolfe Rodrigues e Clécio Oliveira) por divergências políticas fundamentais, a aliança do PSOL-AP com a prefeitura da REDE que possui o DEM como vice e a fraude registrada em vídeo na segunda plenária de Macapá”.
Essa fraude, de acordo com a ‘Resolução’, está comprovada através de imagens: “A partir do registro das plenárias da capital do estado se constatou que em torno das irregularidades existe um processo organizado de distribuição de crachás onde pessoas votam por outras, votam várias vezes ou votam com dois ou três crachás, isso tudo em larga escala. Pela primeira vez no PSOL provas tão contundentes são apresentadas por registro audiovisual. A situação é muito grave”. Paulo Lemos minimiza:
– Isso não existiu! Fizemos plenárias com a participação de mais mil filiados. É plenamente compreensível que depois de quatro horas de plenárias as pessoas já estejam cansadas e algumas entregam o crachá para uma pessoa da sua confiança depositar na urna. Todo o processo foi transparente, sem nenhuma irregularidade. Essa insensatez, uma verdadeira sandice está sendo apurada pela Executiva Nacional, que ao final vai nos passar mais esse atestado de idoneidade. – Previu.
Perguntado sobre o peso da decisão do congresso estadual do Rio de Janeiro, Paulo Lemos afirma que a perspectiva é que o quadro político de Macapá não vai sofrer alteração: “Obviamente que nós somos obrigados a seguir a orientação nacional e tudo vai depender do resultado do congresso nacional que ocorrerá nos dias 2 e 3 de dezembro na cidade de Luziânia, em Goiás (entorno do Distrito Federal). Mas eu asseguro que hoje nós temos muita chance de ganhar o congresso e com isso permanecer a nossa aliança”

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