Política

Ibope mostra que disputa ao governo do Amapá está indefinida

Para o Senado, entretanto, Randolfe se consolida como o 1º nome, ficando a 2ª vaga entre os demais concorrendo, com vantagem para Janete Capiberibe e Lucas Barreto.


Ao analisar a pesquisa de intenção de votos divulgada pelo Ibope na noite desta segunda-feira (17), encomendada pela Rede Amazônica de Televisão, o cientista político Silvio Sousa considerou que a disputa ao governo do Amapá “está aberta”, com os três principais candidatos apresentando empate técnico.

 

Na opinião de Silvio Sousa, João Capiberibe (PSB), que teve opscilação negativa de 1% em relação à pesquisa anterior, em tese “já atingiu o teto”, e leva certeza desvantagem em relação aos outros dois concorrentes, Waldez (PDT), que teve oscilação positiva de 1% e Davi (DEM), que registrou crescimento de 5%.

 

“A pesquisa mostra que Capi e Waldez estão tecnicamente empatados, e nessa disputa o Davi colou nos dois, pois teve crescimento de 20% para 25%, enquanto o Waldez oscilou psara cima em 1%, chegando a 27%. Mas é preciso levar em conta que esse resultado, que mostra empate técnico entre o Davi e o Waldez, aponta que na pesquisa espontânea o Waldez cresceu 7 pontos percentuais, o Capi 3 e o Davi 11. Por isso as eleição está imprevisível, todos são candidatos muito fortes e ainda temos 19 dias de campanha, não se podendo desprezar o potencial de crescimento de todos eles, inclusive do Capi, mesmo contando com apenas parte do PT, enquanto que o Waldez e o Davi têm as máquinas do governo e da prefeitura, respectivamente”, analisou.

 

Disputa no Senado
Para Silvio Sousa o cenário da disputa para o Senado apresenta Randolfe (REDE) como praticamente certo para a 1ª vaga, “a não ser que ocorra uma catástrofe, pois ele deu um salto enorme de 46% para 59% da pesquisa anterior para esta; já a segunda vaga está indefinida, pois Janete Capiberibe (PSB), que liderava com folga a briga pela 2ª vaga, teve oscilação estacionou, ainda à frente dos outros concorrentes, mas vendo Lucas Barreto (PTB) ultrapassar Gilvam (MDB), que caiu de 19% para 13%, Fátima Pelaes (MDB) de 17% para 12%, Jorge Amanajas Oscilou de 14% para 12%, e Fátima pelaes caiu de 17 para 12%, enquanto Bala Rocha (PSB) foi de 9% para 11% e Guaracy (PTC) também cresceu, saindo de 4% para 7%, mostrando que a 2ª vaga para o Senado está indefinida”, pondera.

Perguntado se o crescimento de Lucas Barreto pode ameaçar Janete, Silvio Sousa respondeu que, apesar da indefinição concreta do cenário, e considerando que ainda restam 19 dias de campanha, o quadro ainda poderá sofrer alterações. “A pesquisa aponta que Janete e chegou ao que se chama de teto, mas o Lucas, o Gilvam e a Fátima estão dividindo votos, e agora as máquinas da prefeitura e do governo devem entrar com mais força na reta final da campanha e definirem o jogo. Considero que o Lucas é o que teria hoje melhores condições, mas seria apressado dizer que os três estariam descartados”.

 

Análise

Eleição para o governo sai da indefinição para a imprevisibilidade

Pode parecer estranho que o candidato ao governo Davi Alcolumbre (DEM) esteja comemorando o resultado da pesquisa Ibope, divulgada nesta segunda-feira, 17. Mas acredite: Davi tem muitos motivos para comemorar. Primeiro porque Alcolumbre foi o candidato que mais cresceu na pesquisa estimulada, saindo de 20% para 25% das intenções de voto, enquanto Waldez Góes (PDT) oscilou positivamente de 25% para 27% e Capiberibe teve variação negativa de 33% para 32%.

 

Na pesquisa espontânea, aquela que o eleitor responde sem receber as opções de candidato, Davi subiu de 8% para 19%, num crescimento de 11 pontos. Além disso, o candidato também teve a rejeição reduzida de 29% para 23%. Esse resultado mostra que, até aqui, Davi está conseguindo se viabilizar como a terceira via da eleição com o discurso de crítica ao revezamento do PDT e do PSB no governo.

 

Waldez não comemorou como Davi, mas bem que poderia. O candidato do PDT também melhorou os índices. Na pesquisa espontânea, subiu de 18% para 25%, num crescimento de sete pontos. Além disso, a rejeição de Waldez caiu de 55% para 48% e a aprovação do governo melhorou de 18% para 21% e a reprovação caiu de 47% para 42%. É óbvio que ainda são índices ruins, mas demonstram que o candidato está reagindo de forma positiva.

 

Capiberibe comemorou o resultado e não podia fazer diferente. A liderança na pesquisa ajudou a manter o ânimo da militância, mas os números são preocupantes. Primeiro porque ao oscilar de 33% para 32% na estimulada, Capiberibe dá sinais fortes de ter chegado ao teto, trinta dias depois do primeiro levantamento do Ibope. E se considerada a margem de erro de 3%, o candidato do PSB, pode ter 30% e estar tecnicamente empatado com Waldez.

 

Na pesquisa espontânea Capiberibe cresceu três pontos (24% para 27%), enquanto Waldez cresceu sete e Davi cresceu onze. Nesses trinta dias, a rejeição do candidato do PSB caiu dois pontos (39% para 37%), enquanto a rejeição a Waldez caiu sete pontos e a Davi diminuiu seis pontos.

 

Faltando menos de vinte dias para a eleição, os índices positivos de Capiberibe estão encolhendo, enquanto os de Davi e Waldez estão aumentando. De um lado temos uma liderança frágil e do outro, a força de duas máquinas (governo e prefeitura), que bem azeitadas podem desequilibrar o jogo. Se antes o resultado da eleição do primeiro turno estava indefinido, agora está imprevisível e se política é, de fato, como nuvem todos os desenhos são possíveis no céu tucuju.

 

P.S: Na analise da pesquisa anterior afirmei que tanto os eleitores que revelaram preferência por um candidato, quanto aqueles que rejeitaram todos, ainda poderiam mudar de ideia. Na primeira pesquisa, os eleitores que declaram voto nulo ou branco e disseram que não sabiam ou preferiam outros candidatos somavam 49%, hoje são 24%. É a dinâmica da coisa.


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