Presidente da CEA explica distribuição do rodízio de energia e não descarta alteração
População que fica sem energia no horário das 00h às 6h reclama da falta de igualdade na distribuição da energia durante o rodízio.

Railana Pantoja
Da Redação
Durante entrevista no programa radiofônico LuizMeloEntrevista (Diário FM 90,9) na manhã desta segunda-feira (9), o presidente da Companhia de Eletricidade do Amapá (CEA), Marcos Pereira, justificou a elaboração e distribuição do rodízio de energia no estado.
Diário – Por que alguns bairros têm rodízio de 6 em 6 horas, inclusive, ficando sem energia durante a madrugada, enquanto outros ficam 24h com energia?
Marcos – Essa reclamação chegou pra gente. Estamos há dois dias com racionamento, apesar de a energia ter voltado às 4h de sábado (7), ela voltou de forma escalonada e de forma que, a energia disponibilizada pelo transformador da Isolux só foi realmente interligada ao sistema às 15h. Dos 70% de carga necessária para atender todo o sistema, e eu tenho 15% alocado nas questões essenciais como saúde, água, rede telefônica e até a rede bancária, que pediu socorro por necessidade de fazer o pagamento do auxílio emergencial. Então, veja que isso garantiu uma fluência daquilo que a sociedade precisa, e digo mais, a CEA foi em busca dos bancos e redes de telefonia celular, até então não tínhamos entendido que essa situação seria prolongada.
Diário – Não seria possível e mais democrático “revezar o rodízio” durante a madrugada?
Marcos – Para eu fazer um ‘rodízio do rodízio’, preciso deixar a pessoa que ficou com o horário da noite com mais 6h, aí ela vai completar 12h de energia, e quem ficou sem energia por 6 horas vai ficar sem por mais 6 horas. Então, tenho um agravamento inicial, para que só depois disso possa ter a modificação do horário. Esse é um efeito do rodízio do rodízio. São limitações técnicas. Isso não está descartado, a gente vai precisar, mais ou menos, de mais dois dias para anunciar à população outra modificação.
Diário – Em relação ao descumprimento do rodízio em alguns bairros e também outros problemas, qual a recomendação?
Marcos – Consulte o Call Center. Outras limitações estão ocorrendo na rede, não por conta do rodízio, mas, sim, por defeitos. Algumas pessoas têm manipulado as redes elétricas. Por não querer ficar sem energia durante 6 horas, a pessoa vai lá e faz algumas manobras e complica a rede. E aí, pensando no particular, a pessoa prejudica o todo. A CEA está mobilizada em relação a isso. O Call Center e o atendimento estão dando essa atenção, trabalhando com mais esforço. Em caso de dúvida, nos procure.
Prejuízos
Diário – Devido à instabilidade da energia, muitas pessoas estão tendo aparelhos eletrodomésticos e eletrônicos danificados. A quem recorrer?
Marcos – A gente tem um procedimento regulado pela Aneel, uma resolução específica para isso, que diz como o consumidor tem que pedir o ressarcimento. O que acontece é que às vezes consumidor faz a ligação dentro da casa sem compreender que precisa realizar questões técnicas, com segurança, e alguns aparelhos acabam queimando em razão da falta dessas questões. É uma pena, mas às vezes é questão de fragilidade da própria residência do usuário do sistema. Eventualmente essas questões podem ser a causa do não ressarcimento pela CEA, em relação aos danos elétricos. Nós estamos atrelados à resolução da Aneel, que diz quais nossas obrigações, e a CEA não vai fugir disso.
Diário – E quem teve prejuízo com alimentos estragados, é o mesmo procedimento?
Marcos – O procedimento é o mesmo, mas essa questão depende de provas, de como você consegue materializar a prova para então fazer o encaminhamento disso.
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