Preso em operação da PF, ex-superintendente do DNIT vira consultor político da Assembleia Legislativa do Amapá
Fábio Vilarinho está nomeado desde 4 de janeiro pelo deputado Kaká Barbosa, presidente da ALAP

Preso em junho de 2019, durante a deflagração da Operação Pedágio pela Polícia Federal, Fábio Vilarinho, então ex-superintendente do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) no Amapá, acaba de ser nomeado para ocupar o cargo de consultor político da Assembleia Legislativa do Amapá (ALAP). A portaria (0213) que nomeia Fábio Vilarinho é assinada pelo deputado Kaká Barbosa (PL), presidente da Assembleia, e mostra que ele está no cargo desde 4 de janeiro.
O ex-superintendente do DNIT é acusado de cobrar – e receber – propina para realizar pagamentos em contratos para a realização de manutenção da rodovia BR-156 no Amapá. Empresários que fizeram colaboração premiada afirmaram que pagaram para Vilarinho o percentual de 3% sobre cada fatura paga na execução do Contrato 629/2015, de 15% sobre cada fatura paga na execução do Contrato 804/2016 e de 5% sobre cada fatura paga na execução dos Contratos 65/2016 e 66/2016. Outro beneficiado com propinas foi Odnaldo de Jesus Oliveira, que substituiu Vilarinho no comando do DNIT no estado e foi preso na mesma operação.
Operação Pedágio
No dia 27 de junho de 2019, a Polícia Federal (PF) cumpriu dois mandados de prisão preventiva contra o ex-superintendente do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), no Amapá, Fábio Vilarinho, e o então superintendente da autarquia federal, Odnaldo de Jesus Oliveira. A operação ocorreu em conjunto com o Ministério Público Federal (MPF). Existiu ainda a determinação de bloqueio imediato de R$ 22 milhões em patrimônio dos investigados.
Segundo a PF, o objetivo da operação era desarticular uma organização criminosa que vinha praticando corrupção em obras de rodovias executadas pelo DNIT, no Amapá.
De acordo com as investigações, os servidores responsáveis pela direção da autarquia cobravam propina de empresários para agilizar a liberação de pagamentos e atestar a regularidade das obras relacionadas a contratos de manutenção de estradas não pavimentadas no estado.
O esquema vinha sendo operado desde 2015. A Polícia Federal apurou que os servidores cobravam de 3% a 5% do valor das faturas para realizar a liquidação das mesmas. Havia ainda a cobrança de cerca de 1% do valor de todas as faturas para atestar a regularidade das obras, mesmo que sem a efetiva fiscalização do órgão.
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