Política

Promotor de justiça diz que arsenal do estado não comporta mais doentes de Covid

Weber Pennafort, titular da Promotoria da Saúde, diz no rádio que recomendação ministerial quer o mínimo traumático para a economia e o mais impactante para a saúde.


Imagem: Ascom/MP-AP

Cleber Barbosa
Da Redação

 

O promotor de justiça Weber Penafort, da Promotoria de Justiça da Saúde, concedeu entrevista ao programa Togas&Becas, na rádio Diário FM (90,9) sobre os motivos que levaram o Ministério Público do Estado (MP-AP) a recomendar mais rigor no “Lockdown” determinado pelo governador Waldez Góes. Para ele, há um desalinhamento entre os protocolos adotados pelo estado e o município, que agora devem agir para evitar a aglomeração de pessoas a todo custo, devido ao estrangulamento da rede de atendimento a pacientes graves da Covid-19.

 

Segundo o representante ministerial, a estratégia agora é agir mecanicamente na curva ascendente da pandemia. “Eu entrei neste sábado no centro de tratamento intensivo do Hospital Universitário (HU) e constatei que não tem nenhum leito clínico disponível e uma vaga apenas na UTI; ontem [sexta-feira] no São Camilo não tinha vaga, como também na Unimed, portanto estamos com todo o nosso arsenal de saúde no limite de atendimento, não comporta mais ninguém”, ponderou o promotor.

 

Weber Pennafort disse ainda que constatou uma lista de 30 pacientes aguardando remoção para um leito de UTI, o que configura uma situação muito grave porque risco de morte é iminente, então considera agora muito complicado a discussão entre fazer a economia girar e ao mesmo tempo salvar as pessoas desse mal tão grave que assola o estado, o país e o mundo inteiro.

 

Por fim, ele lembrou que o instrumento da recomendação do MP-AP ao mesmo tempo abre todo um canal de entendimento e diálogo entre as partes envolvidas, tanto do poder público como da iniciativa privada. “Tanto que ouvimos os representantes das entidades do comércio e fizemos constar na recomendação estabelecendo novos prazos para execução fiscal e tributária, a criação de um programa de auxílio para as empresas e aos cidadãos, pensando em algo que seja o mínimo traumático para a economia e o mais impactante para quem cuida da saúde”, concluiu o promotor de justiça.


Deixe seu comentário


Publicidade