Política

Randolfe anuncia ato público com artistas nacionais contra extinção da Renca

Em resposta à afirmação do ministro Eliseu Padilha (Casa Civil), de que “é sacanagem” o que estão fazendo com o decreto de Michel Temer, senador diz que “sacanagem é sermos governados por um presidente que está vendendo a Amazônia e todas as nossas riquezas”


Entrevistado neste sábado (26) pela bancada do programa Togas&Becas (DiárioFM 909), apresentado pelo advogado e radialista Helder Carneiro, com a bancada composta pelos também advogados Wagner Gomes e Evaldy Mota, e que também contou com a participação da juíza de direito Alaíde Maria de Paula (4ª Vara Cível de Macapá), o senador Randolfe Rodrigues (REDE) rebateu a afirmação do ministro Eliseu Padilha, chefe da Casa Civil da Presidência da República, de que “é sacanagem” o que estão fazendo com o decreto do presidente Michel Temer que extinguiu a Reserva Mineral do Cobre (Renca), justificando que a medida tem como objetivo garantir o desenvolvimento não apenas dos estados do Amapá e Pará, como também de toda a Região Amazônica.

Para o senador, “sacanagem é sermos governados por um presidente acusado de chefiar uma organização criminosa e que está vendendo a Amazônia e todas as nossas riquezas”. Ele anunciou a realização de um ato público em Macapá, em data ainda a ser confirmada, que contará com a participação de vários artistas, personalidades e lideranças políticas brasileiras, entre as quais Chico Buarque, Paula Lavigne, Caetano Veloso e Regina Casé.

Randolfe foi duro: “O presidente Temer está vendendo a Amazônia e todas as nossas riquezas comuns, negocia essas riquezas a empresas internacionais, tanto que deu nos jornais de hoje (sábado), inclusive na Folha de São Paulo, que o anúncio do decreto feito na última quarta-feira já era do conhecimento das pequenas mineradoras canadenses há pelo menos cinco meses. O senhor ministro das Minas e Energia esteve em um evento no Canadá e ali informou que a Reserva seria extinta. Só quem não sabia disse eram as autoridades do Amapá, os castanheiros, os índios Waiãpi, e os produtores extrativistas do Cajari; e o perfil dessas mineradores é o mesmo perfil da Zamin, que passou por pelo Amapá e deixou um rastro enorme de devastação ambiental, mais de 3 mil trabalhadores sem emprego e cerca de 1.500 fornecedores sem receber”.

Perguntado se é contra o desenvolvimento do Amapá como acusam os defensores da extinção da Renca, Randolfe reagiu: “É lógico que nós queremos o desenvolvimento do Amapá, mas não queremos que se repita a devastação dos modelos minerais que apareceram no estado; eu quero saber qual foi a mala recebida por esse decreto; dizem que vai ficar legado como Pedra e Serra do Navio; ora, isso é um escárnio, porque o legado é de devastação, de destruição e morte. Antes de 1990 eram 15 mil Waiãpis, após a população foi reduzida a uma centena; foi precisa fazer a demarcação das terras indígenas para o povo voltar a crescer”.

A juíza Alaíde de Paula incentivou o senador na defesa da preservação da Reserva: “Eu penso que Vossa Excelência conhece muito bem a região, os problemas da região e tem liderança política, por isso tem que conclamar o povo do Amapá para que se levante contra isso, porque o prejuízo para o estado é incalculável. Não podemos ficar quietos porque depois não tem mais jeito, tem que fazer logo”, ao que Randolfe respondeu:

– O que a senhora pensa é fundamental, pelo que a senhora representa, pela liderança na magistratura, pela pessoa ética, de bem, que a senhora é. O povo do Amapá tem que se levar contra isso, e a repercussão internacional. O Leonardo Di Caprio ainda ontem se solidarizou comigo em nome do povo amapaense, como outros artistas têm se manifestado e inclusive se predispuseram a participar de um grande ato que faremos em Macapá, Brasília e São Paulo contra essa medida, como Regina Casé, Caetano, Veloso, Paula Lavigne, e muitos outros. No entanto, mais importante que reação de fora é a reação do povo do Amapá. O criminoso governo Temer diz que aqui vai ser um Eldorado, nunca vi escárnio tão grande. A medida foi tomada sem um amapaense ser ouvido; eles venderam internacionalmente a área sem consultar um só amapaense, apenas com o objetivo de receber mineradoras de fora para atender seus negócios; é balela a afirmação deles de que é para o beneficio do Amapá – denunciou.


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