Política

Randolfe esclarece que acordo entre bancos não tem relação com reposição de perdas salariais dos servidores do Amapá

Senador também prevê que pesquisas eleitorais serão mais generosas com Marina Silva após o lançamento de sua pré-candidatura à Presidência da República, que deverá ocorrer no próximo sábado durante reunião da direção nacional da REDE em Brasília.


Em entrevista concedida com exclusividade por telefone na manhã desta terça-feira (28) ao programa LuizMeloEntrevista (DiárioFM 90,9), o senador Randolfe Rodrigues esclareceu que, o acordo bilionário anunciado pelos bancos e que está sendo negociado com o governo federal não tem qualquer relação com a reposição das perdas salariais do Plano Collor, como vem sendo interpretado por alguns setores, pois se trata exclusivamente de reposições de perdas em aplicações nas cadernetas de poupança, que têm sido alvo durante anos de ações judiciais. Quanto à reposição das perdas do Plano Collor, segundo ele, a única esperança é a mudança de entendimento da presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) Cármen Lúcia, que no primeiro voto dado no início do julgamento foi contrária à ação proposta por servidores do estado do Ceará, que também beneficia o Amapá.
“É importante esclarecer que esse acordo proposto pelo governo federal não tem relação nenhuma com o Plano Collor, mas entendo que isso recupera um pouquinho as esperanças de voltarmos ao julgamento no Supremo, e ainda hoje (terça) nós vamos procurar contato com os advogados da causa e sindicatos para montarmos uma estratégia para que isso ocorra o mais rapidamente possível. Esse acordo, na realidade, foi proposta pela Febrapo (Frente Brasileira dos Poupadores), Idec (Instituto de Defesa do Consumidor) e Febraban (Federação Brasileira de Bancos), que chegaram a um consenso sobre a correção das cadernetas de poupança para corrigir as perdas decorrentes de planos econômicos das décadas de 1980 e 1990”, explicou.
O senador ressaltou que clientes dos grandes bancos do país entraram na Justiça em ações coletivas e individuais para solicitar a reparação de perdas com o congelamento das remunerações da caderneta de poupança durante os planos econômicos nas décadas de 1980 e 1990: Bresser (1987), Verão (1989), Collor 1 (1990) e Collor 2 (1991). O acordo prevê o pagamento de uma indenização de R$ 11 bilhões aos clientes, menos do que foi solicitado durante as negociações, em torno de R$ 50 bilhões.

Candidatura de Marina Silva

Questionado sobre a viabilidade da candidatura de Marina Silva, que é do mesmo partido dele, à Presidência da República, considerando que os números das pesquisas eleitorais não têm sido generosos com ela, Randolfe minimizou, afirmando que os percentuais que a colocam em desvantagem na corrida presidencial se devem ao fato de que ela ainda não teve a sua candidatura lançada:
– Em primeiro lugar eu acho que a Marina está em 3º lugar; tem variações que a colocam entre 10 a 15% sem ela afirmar que é candidata. No meu entender isso impõe a necessidade da REDE lançar logo a Marina candidata a Presidente, porque eventuais percentuais menores nas pesquisas de opinião se colocaram até agora porque ela ainda não teve a sua candidatura lançada, ao contrário de Lula e Bolsonaro, que até agora foram os únicos que tiveram seus nomes lançados e há bastante tempo estão percorrendo o país, e por isso aparecem bem nas pesquisas; mas isso vai ser resolvido no próximo sábado, quando o elo nacional (direção nacional) da REDE se reunirá em Brasília e eu proporei que seja definida e lançada a candidatura da Marina à Presidência da República. – Analisou.

Reforma previdenciária
Para o senador, na atual conjuntura, por conta da proximidade do recesso parlamentar e considerando que 2018 é ano eleitoral, é praticamente impossível a votação da reforma previdenciária no Congresso Nacional: “Eu acho muito pouco provável o Congresso Nacional votar a reforma; aliás, seria impossível, não existe condição alguma a votação e aprovação desse tema quando são necessários 306 votos por se tratar de Emenda Constitucional. Estamos a duas semanas do começo do recesso do Legislativo… Mesmo na Câmara o governo vai ter que fazer muito exercício para aprovar esse tema. E não conseguindo aprovar na Câmara o governo vai ter que tentar a partir de fevereiro, aí já é ano eleitoral e a dificuldade de aprovar aumenta de tamanho”.

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